sábado, 30 de dezembro de 2023

O que seria o tal do broncograma aéreo

Olá, meu nome é Fernando Acácio Batista e eu sou Fisioterapeuta especialista em fisioterapia em terapia intensiva adulto, além disso sou professor de ventilação mecânica tema que adoro e leciono em algumas especializações. Venho aqui deixar disponível para quem tenha interesse meu curso e e-book.

Cursos de atualizações em VM: https://fernandoabatista34.wixsite.com/website
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O que seria o tal broncograma aéreo que todos falam que pode estar presente no raio-x ou tc de toráx?


Nosso sistema respiratório é formado como já sabemos por vias condutoras e respiratórias, assim com a presença de ar dentro delas.

Assim quando avaliamos um RX e notamos uma imagem igual a que é demonstrada na seta, na verdade estamos vendo uma área de consolidação com pequenos trajetos com ar. Estes trajetos pretos na seta, nada mais são brônquios que se mantém arejados no local de uma consolidação. Quando ela é presente podemos dizer que temos uma lesão intra alveolar como uma consolidação alveolar, por isso a presença de ar naquele local (Brônquios).


Neste janela de tomografia notamos também uma consolidação importante com um brônquio apresentando ar dentro dele. Notamos que em seu trajeto, temos uma importante consolidação onde não ocorre passagem de ar para unidades alveolares. Assim temos a idéia de que os alvéolos naquele local estão preenchidos com algum material, que possivelmente é de origem inflamatória.

Não podemos deixar de ressaltar que a ausência do broncograma aéreo não descarta a possibilidade de um preenchimento alveolar, mas sua presença poderá nos dar certeza.


Assim broncograma aéreo nada mais é a presença de ar no brônquio visto no exame de imagem, sempre se relacionando com áreas de consolidação do parênquima pulmonar (intra alveolar)




Até a próxima...



Fernando Acácio Batista

Professor de Educação Física
Fisioterapeuta Intensivista
Estudante de Nutrição
Gestor do Hospital Sancta Maggiore
Co-fundador e Professor da Liga da Fisiointensiva
Professor da especialização em Fisioterapia Hospitalar da Physiocursos Sorocaba
Professor da Especialização em Fisioterapia em Terapia Intensiva da Inspirar
Especialização em Fisioterapia Respiratória pela ISCMSP
Especialização em Fisioterapia em UTI pelo HFMUSP
Especialista em Fisioterapia em Terapia Intensiva pela ASSSOBRAFIR-COFFITO
Especializado em Fisiologia do Exercício pela UniAmérica
MBA em Gestão da Qualidade e Acreditação Hospitalar pela UniAmérica
Mestre em Terapia Intensiva pelo IBRATI


quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

Mobilizar precocemente





Essa foto é de um estudo sobre mobilização precoce de 2008, onde o autor trazia a quebra do paradigma de paciente em VM deveria estar sedado e imóvel. De 2008 até os dias de hoje (2023), a Fisioterapia Hospitalar evoluiu muito e isso faz parte do movimento da prática baseada em evidências. Tudo isso contribuiu para que a profissão desenvolvesse suas reais competência e importância dentro do escopo do treinamento de função, força e condicionamento cardiorespiratório.

E mesmo assim ainda estamos um pouco atrasado em vários locais do país, pois poderiamos passar horas discutindo os motivos para isso:
  • Excesso de demanda de pacientes;
  • Excesso de burocracias que diminuem o tempo com o paciente;
  • A cultura local;
  • Alguns colegas que colocam barreiras para adotarem a prática;
  • Entre outras inúmeras causas.
Precisamos urgentemente repensar o que queremos para a profissão nos próximos anos, ou seremos engolidos cada dia que passa.

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Fernando Acácio Batista Fisioterapeuta 
Intensivista Gestor do Hospital Sancta Maggiore 
Co- fundador e Professor da Liga da Fisiointensiva 
Professor da Especialização em Fisioterapia Intensiva da Physiocursos Sorocaba
Professor da Especialização em Fisioterapia Intensiva da Faculdade Inpirar
Título de Especialista em Fisioterapia em Terapia Intensiva Adulto pelo COFFITO / ASSOBRAFIR Especialização em Fisioterapia Respiratória pela ISCMSP 
Especialização em Fisioterapia em UTI pelo HFMUSP 
Especialização em Fisiologia do Exercício pela UniAmérica
MBA em Gestão da Qualidade e Acreditação Hospitalar pela UniAmérica
Idealizador do Programa de Atualização em VM e Fisioterapia Intensiva
Mestre em Terapia Intensiva pelo IBRATI 
http://lattes.cnpq.br/3951715682086759

quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

Sepse e Choque Séptico - Vídeo

Um vídeo interessante demonstrando o processo da sepse e do choque septico em nosso corpo.





Fernando Acácio Batista Fisioterapeuta 
Intensivista Gestor do Hospital Sancta Maggiore 
Co- fundador e Professor da Liga da Fisiointensiva 
Título de Especialista em Fisioterapia em Terapia Intensiva Adulto pelo COFFITO / ASSOBRAFIR Especialização em Fisioterapia Respiratória pela ISCMSP 
Especialização em Fisioterapia em UTI pelo HFMUSP 
Mestre em Terapia Intensiva pelo IBRATI 
http://lattes.cnpq.br/3951715682086759

domingo, 24 de dezembro de 2023

Descansando em "SIMV" - Pode isso Arnaldo?

Olá, meu nome é Fernando Acácio Batista e eu sou Fisioterapeuta especialista em fisioterapia em terapia intensiva adulto, além disso sou professor de ventilação mecânica tema que adoro e leciono em algumas especializações. Venho aqui deixar disponível para quem tenha interesse meu curso e e-book.

Cursos de atualizações em VM: https://fernandoabatista34.wixsite.com/website
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Não pode ver uma vergonha que já quer passar! 😆
O mito *simv* pra descanso tambem gera assincronia a noite, de manha, a tarde...
Supondo que o colega ajuste FR 8cpm,esses 8 ciclos controlados em "SIMV" que irão disparar em um período de 6 ou 12hr por exemplo,são suficientes pra gerar assincronia(pois entre esses controlados terão disparos espontâneos dentro das janelas disponíveis,levando a duplo disparo por exemplo que é indicador de mortalidade). Já que o hospital não dispõe de fisioterapeuta 24hr na unidade, ajuste adequadamente o volume dos alarmes e valores de FR baixa, APNEIA, VC baixo e treine a enfermagem para darem continuidade da assistência  ao desmame ou VM em caso de alarme ativo. Com menor assincronia em modo PSV, se já houver disparos assistidos e espontâneos, assim você não perde o trabalho do desmame do dia todo e não prolonga mais ainda o tempo de VM e internação desse paciente.Ciente que a modalidade "SIMV" faz tudo isso (aumenta tempo em vm, aumenta assincronia paciente X ventilador,aumenta tempo de internação hospitalar/ custos hospitalares,etc) .
Referência ✔ Rev Bras Ter Intensiva. 2014;26(2):89-121

Fisioterapeuta do Hospital Unimed Araçatuba-SP
Aprimorada em Fisioterapia Hospitalar com ênfase em Pediatria e Neonatologia pela Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto no Hospital de Base
Aperfeiçoada em Osteopatia Estrutural Pelo Instituto Docusse de Terapia Manual
Pós-graduada em Pediatria e Neonatologia pela Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto-SP
⚠ Acessem o conteúdo do canal mais moderno da Fisioterapia: http://fisioflix.net/181 

domingo, 17 de dezembro de 2023

Delirium

Quando falamos em delirium em pacientes internados em unidade de terapia intensiva, devemos ter em mente que ele é multifatorial e sua instalação pode se relacionar com maior tempo de internação na uti e até a aumento na taxa de mortalidade. 

Não é incomum encontrarmos como tratamento de tal ocorrência o uso de sedativos que poderá ajudar na manejo ou até piorar o estado de delirium dos pacientes, porém como foi dito ele é multifatorial e muitas vezes o uso de sedativos se faz necessário.

O mais interessante é que dentro de uma revisão sobre delirium, à mobilização precoce e progressiva trás alguns resultados referente a melhora deste delirium. Assim dois estudos de mobilização precoce avaliaram pacientes com delírio para examinar a relação entre mobilidade precoce / reabilitação física com tal alteração.

Um dos estudos que foi randomizado de Fisioterapia e Terapia Ocupacional de forma precoce demonstrou que estes pacientes tinham metade do número de delirium quando comparado com o grupo que recebi cuidados habituais. Outro estudo do Johns Hopkins demostrou o mesmo beneficio quando comparado a pacientes que utilizavam sedação profunda.

Além de que sabemos que pacientes que são submetidos a mobilização precoce e que utilizam menores níveis de sedação evoluem com menor tempo de ventilação mecânica, menor tempo de internação em UTI e hospitalar, além de ganho de funcionalidade e força muscular. Assim a mobilização precoce na UTI vem demonstrando enormes benefícios para determinados grupos de pacientes que necessitem de abordagens cada vez mais precoce e ativa.

Portanto é de grande a avaliação diária de pacientes que podem iniciar um protocolo de mobilização precoce com segurança e eficacia. 


https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3508697/pdf/nihms418369.pdf
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19446324


O que vocês acham?

Até a próxima...





Fernando Acácio Batista

Professor de Educação Física
Fisioterapeuta Intensivista
Estudante de Nutrição
Gestor do Hospital Sancta Maggiore
Co-fundador e Professor da Liga da Fisiointensiva
Professor da especialização em Fisioterapia Hospitalar da Physiocursos Sorocaba
Professor da Especialização em Fisioterapia em Terapia Intensiva da Inspirar
Especialização em Fisioterapia Respiratória pela ISCMSP
Especialização em Fisioterapia em UTI pelo HFMUSP
Especialista em Fisioterapia em Terapia Intensiva pela ASSSOBRAFIR-COFFITO
Especializado em Fisiologia do Exercício pela UniAmérica
MBA em Gestão da Qualidade e Acreditação Hospitalar pela UniAmérica
Mestre em Terapia Intensiva pelo IBRATI


sábado, 9 de dezembro de 2023

Hiperóxia e mortalidade

Olá, meu nome é Fernando Acácio Batista e eu sou Fisioterapeuta especialista em fisioterapia em terapia intensiva adulto, além disso sou professor de ventilação mecânica tema que adoro e leciono em algumas especializações. Venho aqui deixar disponível para quem tenha interesse meu curso e e-book.

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Não é difícil  encontrarmos pacientes em ventilação mecânica invasiva com hiperóxia. Será que este fenômeno pode ter relação com algum desfecho desfavorável?

A revisão com meta-análise "Arterial hyperoxia and mortality in critically ill patients: a systematic review and meta-analysis", pesquisou estudos observacionais ou de intervenção que avaliaram a relação da hiperóxia com a mortalidade em UTI. Foram incluídos 17 estudos sendo 16 observacionais em diferentes categorias:


  • Pacientes em UTI sob ventilação mecânica (número de estudos (k) = 4, número de participantes (n) = 189.143);
  • Pós-parada cardíaca (k = 6,n = 19144);
  • Acidente vascular cerebral (k = 2, n = 5537);
  • Lesão cerebral traumática (k = 5, n = 7488).  
Neste gráfico notamos pelo lado direito o equivalente a aumento de mortalidade relacionado com a hiperóxia em pacientes ventilados mecânicamente. A heterogeneidade foi Q (3) 91,85, P <0,001; igual 96,73. 






A hiperóxia foi associada ao aumento da mortalidade em pacientes pós-parada cardíaca (OR = 1,42 (1,04 a 1,92) I2 67,73%) 




Em relação ao acidente vascular cerebral (OR = 1,23 (1,06-1,43) I2 0%).






No trauma crânio encefálico (OR = 1,41 (1,03-1,94) I2 64,54%). 



A maioria dos estudo que objetivam relacionar a hiperóxia com a mortalidade são observacionais e retrospectivos e englobam pacientes heterogêneos, o que nos faz ter mais cautela na interpretação dos dados. Porém os resultados podem nos direcionar para estudos controlados, com o objetivos de traçar o perfil da mortalidade neste grupos de pacientes, pois no dia a dia é muito comum pacientes com hiperóxia, assim sabemos dos efeitos nocivos do excesso do oxigênio e seu efeito em relação a resistência vascular sistêmica.

O que acham????





Até a próxima...


Fernando Acácio Batista

Professor de Educação Física
Fisioterapeuta Intensivista
Estudante de Nutrição
Gestor do Hospital Sancta Maggiore
Co-fundador e Professor da Liga da Fisiointensiva
Professor da especialização em Fisioterapia Hospitalar da Physiocursos Sorocaba
Professor da Especialização em Fisioterapia em Terapia Intensiva da Inspirar
Especialização em Fisioterapia Respiratória pela ISCMSP
Especialização em Fisioterapia em UTI pelo HFMUSP
Especialista em Fisioterapia em Terapia Intensiva pela ASSSOBRAFIR-COFFITO
Especializado em Fisiologia do Exercício pela UniAmérica
MBA em Gestão da Qualidade e Acreditação Hospitalar pela UniAmérica
Mestre em Terapia Intensiva pelo IBRATI

sexta-feira, 8 de dezembro de 2023

Para onde nossa profissão está caminhando?

O texto de hoje é muito mais uma reflexão do que um artigo ou coisa do tipo. A questão é: Para onde nossa profissão está caminhando?

Todos os dias escuto de Fisioterapeutas que o hospital X está demitindo todos os profissionais CLT e colocando uma empresa pela qual vai explorar pagando pouco e sem direitos algum. O pior nessa situação é que temos inúmeros problemas nisso.

- O hospital pode tercerizar sim, mas a terceira deverá contratar como CLT, pois quem tem escala, horário de entrada e saída e chefe, tem vínculo empregatício; - Eles na verdade quarterizam o serviço, pagando menos, sem direitos e gerando mais lucros para eles; - O fisioterapeuta precisando entrar no mercado de trabalho, acaba aceitando essas condições; - O serviço desse hospital geralmente é desorganizado e conta com profissionais sem estimulo para desenvilver um bom trabalho; - Alguns fisioterapeutas ainda idolatram esses donos de serviço que os exploram; - A máfia em volta desse setor é enorme, sendo que a maioria deles fazem parte de sindicato e conselho. Eu sinceramente não tenho esperanças que nossa profissão tenha algo a melhorar nos próximos anos, pelo contrário. Eu acredito que seremos cada vez mais descartáveis e explorados por essas pessoas.
Infelizmente essa é minha visão atual da profisssão.

Meu nome é Fernando Acácio Batista e atualmente sou Gestor do Hospital Sancta Maggiore. Eu tenho uma caminhada longa na profissão e já experimentei muitas coisas que me trouxeram experiências para ter essa visão de hoje.

Sou também: - Co- fundador e Professor da Liga da Fisiointensiva, Professor da Especialização em Fisioterapia Intensiva da Liga da Fisiointensiva, Professor da Especialização em Fisioterapia em Terapia Intensiva da Physiocursos Sorocaba e da Inspirar Borba Gato, Campinas, Sorocaba e Bauru. Tenho Título de Especialista em Fisioterapia em Terapia Intensiva Adulto pelo COFFITO / ASSOBRAFIR, Especialização em Fisioterapia Respiratória pela ISCMSP, Especialização em Fisioterapia em UTI pelo HFMUSP, Mestrado em Terapia Intensiva pelo IBRATI. Também fiz especialização em Fisiologia do Exercício e MBA em Acreditação Hospitalar.

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domingo, 3 de dezembro de 2023

Ventilação Mecânica em pacientes com IAM

Olá, meu nome é Fernando Acácio Batista e eu sou Fisioterapeuta especialista em fisioterapia em terapia intensiva adulto, além disso sou professor de ventilação mecânica tema que adoro e leciono em algumas especializações. Venho aqui deixar disponível para quem tenha interesse meu curso e e-book.

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O estudo Mechanical Ventilation and Clinical Outcomes in Patients with Acute Myocardial Infarction: A Retrospective Observational Study, que é um estudo Brasileiro e teve como objetivo avaliar a incidência e os desfechos clínicos de pacientes com IAM que foram tratados com ventilação mecânica não invasiva (VNI) e ventilação mecânica invasiva (VM).

Este foi um estudo restrospectivo observacional que contou com 1610 pacientes que tinham diagnóstico de IAM C/SST e IAM S/SST. O diagnóstico de IAM era de acordo com o guideline e critérios internacionais.

As caracterisiticas clínicas e desfechos intra-hospitalares foram comparados em três grupo:
- Grupo que não recebeu suporte ventilatório;
- Grupo com suporte por VNI com parte do tratamento ou antes da intubação e ainda como parte do desmame pós extubação;
- Grupo com suporte por VM.

Obs: Como alguns dados cronológicos não estavam disponíveis os pacientes que fizeram uso de VNI antes da intubação ou durante o desmame foram considerados do grupo VM para análise.

As decisões de utilização ou não dos dispositivos foram tomadas pela equipe médica e a VNI realizada pela equipe de Fisioterapia com pessão positiva Bi-level com máscara facial total acoplado a um BIPAP Vision ™ (Respironics INC1, Pensilvânia, EUA). Para pacientes com sonda nasogástrica, um conector de vedação na cúpula da máscara foi utilizada para minimizar o vazamento de ar. Assim a máscara foi fixada ao paciente, sendo a pressão de suporte fixada em 5 cmH20 para obter um volume corrente exalado de 6 ml / kg de peso corporal previsto, a freqüência respiratória inferior a 30 respirações por minuto, e para manter um diminuição do uso de músculatura acessória da respiração. A pressão expiratória final positiva (PEEP) foi inicada com 10 cm H2O e com aumentos graduais de 2 a 3 cm H2O até 15 cm H2O para manter uma FiO2 igual ou menor que 60%. 

Os critérios para intubação endotraqueal foram:
  • A incapacidade de manter uma  PaO2 > 60 mmHg ou SpO2> 90% com uma FiO2 igual a ou maior do que 60%;
  • A PaCO2 superior a 60 mmHg, com pH inferior a 7,25;
  • A incapacidade para proteger as vias aéreas ou para expectorar secreção traqueal;
  • A instabilidade hemodinâmica ou eletrocardiográfica;
  • A incapacidade de tolerar a máscara facial;
  • A incapacidade de diminuir a  dispnéia e progressão da insuficiência respiratória. 


O sucesso da VNI se dava quando o paciente se manteve por 24 no Bipap com melhora dos parâmetros avaliados e os sinais clínicos, assim os parâmetros do BIPAP foram avaliados e diminuídos de acordo com as variáveis clínicas e laboratoriais, sendo que ao chegar a uma Peep 08 com Fr menores que 30 irm e Vt exalado maior que 5 ml / kg de peso corporal previsto com Ipap menor que  10 cm de H2O, a VNI era retirada e colocado uma máscara de Venturi a 50% de inicio. Apos 01 hora de tolerância da Venturi, era realizado alternância entre pressão positiva (01 hora na venturi e 03 horas na VNI). 

Um dado importante que após 24 de Bipap os pacientes que não conseguiam se manter por 01 hora em Venturi eram intubados.

Os resultados foram que a VM foi utilizada em 293 pacientes (18,2% do total de pacientes; sendo 54% VM e 46% VNI). 

Comparando os pacientes que não fizeram uso de pressão positiva:

- Os grupos que necessitaram de VM eram mais velhos e frequentemente diabéticos
- Os grupos que necessitaram de VM tinham menores valores de fração de ejeção de VE;
- Eles tinham maior classificação de Killip e maior escore TIMI, assim como obtiveram menos reperfusão coronariana;
- Além disso, o subgrupo VM  obtiveram menos tratamento com aspirina, beta-bloqueadores e os inibidores da ECA / ARBs, em comparação com pacientes que não usaram VM. 

Em relação ao grupo VNI

- Eram mais jovens e com maior frequência do sexo masculino;
- Tinham mais frequentemente IAM C/SST;
- Taxas mais elevadas de pacientes em Killip 4;
- Um nível mais alto, porém não significativo de troponina e foram menos tratados com beta-bloqueadores e inibidores da ECA / ARBs. 

Em relação ao tabagismo, IMC, IAM anterior e DPOC as taxas foram semelhantes entre os três grupos.

As taxas de mortalidade foram:

- Sem uso de Pressão positiva 4,0 %;
- Uso de VM 39,5%;
- Uso de VNI 8,8%.

Quando realizado um ajuste nos modelos com comparação de subgrupos de VM:

- VNI não foi associada a morte (adjusted HR = 0.90, 95% CI 0.40–1.99, P = 0.79).
- VM foi associada com um aumento de 3 vezes no risco de morte hospitalar  (adjusted HR = 3.07, 95% CI 1.79–5.26, P<0.001).




Quando ajustado os dados e jogados na curva de sobrevida, notamos que a modalidade de ventilação mecânica invasiva (VM) obteve um risco aumentado de morte.

Os autores concluíram que nos diagnósticos de IAM, 18 % dos pacientes necessitaram de pressão positiva e quase metade destes foram tratados com estratégias não invasiva obtendo um prognóstico favorável, e em contra partida os pacientes que necessitaram de tratamento invasivo obtiveram um aumento de 3 vezes no risco de morte. Assim estudos randomizados prospectivos futuros são necessários para comparar a eficácia de VM invasiva e não invasiva para a abordagem inicial de insuficiência respiratória em pacientes com IAM.





Até a próxima...




Fernando Acácio Batista

Professor de Educação Física
Fisioterapeuta Intensivista
Estudante de Nutrição
Gestor do Hospital Sancta Maggiore
Co-fundador e Professor da Liga da Fisiointensiva
Professor da especialização em Fisioterapia Hospitalar da Physiocursos Sorocaba
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sábado, 25 de novembro de 2023

A polêmica da coleta de secreção traqueal novo acórdão

Olá, meu nome é Fernando Acácio Batista e eu sou Fisioterapeuta especialista em fisioterapia em terapia intensiva adulto, além disso sou professor de ventilação mecânica tema que adoro e leciono em algumas especializações. Venho aqui deixar disponível para quem tenha interesse meu curso e e-book.

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O assunto sobre a coleta de secreção traqueal para culturas é outro ponto muito polêmico dentro do ambiente hospitalar, pois de quem seria a responsabilidade de tal procedimento?


Sobre a Enfermagem
  • A enfermagem segue regulamento próprio, consubstanciado na Lei do Exercício Profissional (LEI No 7.498/1986) e seu Decreto regulamentador (Decreto 94.406/1987), além do Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem. Neste sentido, a enfermagem atua na promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde humana, com autonomia e em consonância com os preceitos éticos e legais.
  • O procedimento de aspiração traqueal e a coleta de exames fazem parte da rotina dos profissionais de enfermagem, quer seja no ambiente hospitalar, como também inseridos na assistência em laboratórios de análises clínicas e ambulatórios de especialidades. O Parecer da Câmara Técnica desse Conselho n° 023/2013, trata sobre o procedimento de aspiração de secreção por cânula de traqueostomia e abrange com propriedade a temática do questionamento, discorrendo desde o conceito da técnica de aspiração endotraqueal a suas complicações.
O texto deixa claro que este procedimento faz parte da enfermagem.


Sobre a Fisioterapia
  • Dispõe sobre a não atribuição ao profissional Fisioterapeuta da execução da aspiração das vias aéreas superiores e traqueobrônquica como procedimento isolado e coleta de secreção para obtenção de cultura, dentro de suas respectivas áreas de atuação. 
O texto deixa claro que não faz parte do procedimento da Fisioterapia.


Mas de onde estes textos foram retirados?

Ambos são pareceres assinados pelo seus respectivos conselhos que regem a atuação de cada profissão e o assunto se torna polêmico, pois o Fisioterapeuta atua diretamente lidando com as vias aéreas do pacientes e a Enfermagem assim o vê como o profissional responsável por está coleta.


Teria algum problema o Fisioterapeuta realizar está coleta?

Claro que não... Porém à coleta deveria ser esquematizada para ocorrer no momento do atendimento da Fisioterapia que necessitasse da aspiração da via aérea artificial do paciente. E após a coleta a enfermagem encaminhar a secreção para o laboratório se necessário. 

Mas......

O que vemos na prática muitas vezes é o Fisioterapeuta tendo que voltar até o paciente que já foi atendido para realizar à coleta.


Algumas pessoas irão dizer que não custa nada realizar o procedimento e outros defenderão que não é sua obrigação, mas de fato temos que repensar nossas ações e as realizar com embasamento legal pela profissão.

A RESOLUÇÃO CREFITO-6 Nº 002/2013 nos diz que não é nossa responsabilidade.

E o Coffito?

CONSIDERANDO as competências definidas no artigo 1º da Resolução COFFITO 80/87;
CONSIDERANDO os recentíssimos Pareceres n.º 002/2013 e nº 005/2013, da ASSOBRAFIR – Associação Brasileira de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Fisioterapia em Terapia Intensiva, referentes ao papel do Fisioterapeuta em relação ao procedimento de aspiração traqueal e coleta de secreção traqueobrônquica para cultura.
Artigo 1º - Compete ao Fisioterapeuta, aplicar métodos, técnicas e recursos de expansão pulmonar, remoção de secreção, fortalecimento muscular, recondicionamento cardiorrespiratório e suporte ventilatório.
Parágrafo Único - O procedimento de aspiração traqueobrônquica, nas diversas vias aéreas, deve ser entendido como de utilização do profissional Fisioterapeuta quando aplicado especificamente como parte integrante de sua intervenção por meio de uma combinação de técnicas fisioterapêuticas que visam reduzir a resistência das vias aéreas, por meio de desobstrução pulmonar, em pacientes sob sua responsabilidade que apresentem incapacidade de eliminar ativamente a secreção deslocada, apenas quando necessária durante a realização da conduta fisioterapêutica.
Artigo 2º - A aspiração das vias aéreas superiores e traqueobrônquica pode ser um dos componentes do protocolo de intervenção fisioterapêutica, sendo facultado ao fisioterapeuta, somente e quando necessário, a execução da técnica, após a realização de exame e avaliação fisioterapêutica criteriosa do quadro físico funcional e instituição de diversos recursos que compõe o escopo da terapia para a remoção da secreção.
Artigo 3º - A aspiração das vias aéreas superiores e traqueobrônquica quando feita de modo isolado não é atribuição do fisioterapeuta.
Artigo 4º - A coleta de secreções para obtenção de cultura de secreção traqueal não é atribuição do fisioterapeuta.


Recentemente saiu um acórdão sobre

O PLENÁRIO DO CONSELHO FEDERAL DE FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL, no uso de suas atribuições e disposições regulamentares conferidas pela Lei nº 6.316, de 17 de dezembro de 1975, e pela Resolução nº 413, de 19 de janeiro de 2012, em que, ACORDAM os Conselheiros do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, reunidos na sessão da 265ª Reunião Plenária Ordinária, em aprovar, por unanimidade, o parecer confeccionado pela Associação Brasileira de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Fisioterapia em Terapia Intensiva (ASSOBRAFIR), com o seguinte teor:
“Trata-se de consulta formulada pelos associados da Associação Brasileira de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Fisioterapia em Terapia Intensiva – ASSOBRAFIR acerca do papel do fisioterapeuta na coleta de secreção traqueal para cultura.
Informam, ainda, os consulentes que, na atuação em equipe multidisciplinar, muitas vezes ocorre conflito entre profissionais de Fisioterapia e profissionais de outras categorias, sobre a responsabilidade do fisioterapeuta na realização de coleta de material, notadamente secreção traqueal, para exames.
É o relatório.

Passo a opinar.

O resultado microbiológico de uma cultura é consequência da qualidade da amostra colhida, portanto, durante a coleta, devem ser adotados procedimentos adequados e protocolares, a fim de se evitarem falhas no isolamento do agente etiológico. Desse modo, a coleta de secreção traqueobrônquica para cultura difere da retirada de secreção realizada pelo fisioterapeuta, após a realização da terapia para remoção de secreção.
A Fisioterapia Respiratória e a Fisioterapia em Terapia Intensiva são especialidades da Fisioterapia, que utilizam rotineiramente técnicas com objetivos diversos, dentre os quais se destaca o deslocamento de secreções traqueobrônquicas, contidas no interior de vias aéreas mais distais às mais centrais, permitindo, dessa forma, a expectoração voluntária ou aspiração mecânica dessas secreções.
A partir desse conceito, fica definido que a aspiração traqueal pode ser um dos componentes do protocolo fisioterapêutico, devendo ser realizada por esse profissional, quando necessária, após a implementação dos diversos recursos que compõem o escopo da terapia para remoção de secreções, mas que deve ser entendida como técnica comum a todos os profissionais de saúde envolvidos no cuidado ao paciente.
CONCLUSÃO
Em face do exposto, a Associação Brasileira de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Fisioterapia em Terapia Intensiva – ASSOBRAFIR opina que a coleta isolada de secreções para obtenção de cultura de secreção traqueal não é atribuição do fisioterapeuta.”
Quórum: Dr. Roberto Mattar Cepeda – Presidente; Dra. Luziana Carvalho de Albuquerque Maranhão – Vice-Presidente; Dr. Cássio Fernando Oliveira da Silva – Diretor-Secretário; Dr. Wilen Heil e Silva – Diretor-Tesoureiro; Dra. Elineth da Conceição Braga Valente – Conselheira Efetiva; Dr. Leonardo José Costa de Lima – Conselheiro Efetivo; Dr. Marcelo Renato Massahud Junior – Conselheiro Efetivo; Dra. Patrícia Luciane Santos de Lima – Conselheira Efetiva; e Dra. Patrícia Rossafa Branco – Conselheira Efetiva.
O que vocês acham colegas????




Até a próxima...

Fernando Acácio Batista

Professor de Educação Física
Fisioterapeuta Intensivista
Estudante de Nutrição
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Co-fundador e Professor da Liga da Fisiointensiva
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Especialização em Fisioterapia em UTI pelo HFMUSP
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Especializado em Fisiologia do Exercício pela UniAmérica
MBA em Gestão da Qualidade e Acreditação Hospitalar pela UniAmérica
Mestre em Terapia Intensiva pelo IBRATI





sábado, 18 de novembro de 2023

Prognosis and quality of life of elderly patients after intensive care

Olá, meu nome é Fernando Acácio Batista e eu sou Fisioterapeuta especialista em fisioterapia em terapia intensiva adulto, além disso sou professor de ventilação mecânica tema que adoro e leciono em algumas especializações. Venho aqui deixar disponível para quem tenha interesse meu curso e e-book.

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É uma realidade na UTI a internação de idosos, que demandam um atendimento diferenciado e talvez um tempo maior de internação. Mas será que os idosos apresentam maiores problemas relacionados a internação e pós alta hospitalar?

Antes precisamos definir o que seria o idoso:
  • Na literatura eles são definidos como maior que 65 anos.
Ao falarmos deste grupo de pacientes, por exemplo durante internação na UTI ou após a alta hospitalar, verificamos em 1, 3, 6, 12 ou 24 meses e até por anos mais tarde causas que agridem a saúde do idoso. Essa mortalidade poderá ser influenciada pela triagem antes da admissão na UTI o que é fator decisivo para o idoso, pois estes pacientes podem dar entrada mais graves ou não ter um tratamento em relação a públicos mais jovens. 

Outro fator são pacientes que são transferidos de UTI para a enfermaria ou até de unidades para ter seu fim de vida mais digno ou junto da família, sendo que isso poderá subestimar a mortalidade na UTI. Vale destacar que pacientes idosos apresentam alguns fatores que poderão identificar uma mortalidade mais alta nas internações na UTI, pois a gravidade na internação avaliada pelo APACHE, SAPS ou SOFA são geralmente mais importantes e predizem maior gravidade. O interessante é que a idade avançada não é fator decisivo e sim as co-morbidades que estes pacientes apresentam em sua internação, que também poderão predizer péssimo prognóstico após sua alta, com queda importante na qualidade de vida.

Em nosso dia a dia atendemos idosos que são entrada na UTI com diversas doenças associadas ao quadro agudo que apresentam, sendo elas as insuficiências cardíacas, hipertensão arterial sistêmica, diabete mellitus, insuficiência coronáriana, entre outras doenças que poderão ditar o desfecho destes grupos. As internações e reinternações de idosos são mais altas e tudo girando em torno das doenças de base que são arrastadas e quando exacerbam levam o idoso para a UTI, mesmo os que se submetem ao tratamento das mesmas. Ainda temos discrepâncias sobre alguns dados nesta populações, porém os estudos nesta área começam a surgir em grande números, visto a população de idosos que vem crescendo no Mundo.

Por isso a orientação e o acompanhamento no setor primário é de extrema importância, pois evitariamos chegar nesse ponto de uma atenção terciária para reduzir danos de doenças já instaladas e evoluindo ao longo dos anos.


https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22965434
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15888857


Até a próxima...


Fernando Acácio Batista

Professor de Educação Física
Fisioterapeuta Intensivista
Estudante de Nutrição
Gestor do Hospital Sancta Maggiore
Co-fundador e Professor da Liga da Fisiointensiva
Professor da especialização em Fisioterapia Hospitalar da Physiocursos Sorocaba
Professor da Especialização em Fisioterapia em Terapia Intensiva da Inspirar
Especialização em Fisioterapia Respiratória pela ISCMSP
Especialização em Fisioterapia em UTI pelo HFMUSP
Especialista em Fisioterapia em Terapia Intensiva pela ASSSOBRAFIR-COFFITO
Especializado em Fisiologia do Exercício pela UniAmérica
MBA em Gestão da Qualidade e Acreditação Hospitalar pela UniAmérica
Mestre em Terapia Intensiva pelo IBRATI






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