sábado, 25 de novembro de 2023

A polêmica da coleta de secreção traqueal novo acórdão

Olá, meu nome é Fernando Acácio Batista e eu sou Fisioterapeuta especialista em fisioterapia em terapia intensiva adulto, além disso sou professor de ventilação mecânica tema que adoro e leciono em algumas especializações. Venho aqui deixar disponível para quem tenha interesse meu curso e e-book.

Cursos de atualizações em VM: https://fernandoabatista34.wixsite.com/website
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O assunto sobre a coleta de secreção traqueal para culturas é outro ponto muito polêmico dentro do ambiente hospitalar, pois de quem seria a responsabilidade de tal procedimento?


Sobre a Enfermagem
  • A enfermagem segue regulamento próprio, consubstanciado na Lei do Exercício Profissional (LEI No 7.498/1986) e seu Decreto regulamentador (Decreto 94.406/1987), além do Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem. Neste sentido, a enfermagem atua na promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde humana, com autonomia e em consonância com os preceitos éticos e legais.
  • O procedimento de aspiração traqueal e a coleta de exames fazem parte da rotina dos profissionais de enfermagem, quer seja no ambiente hospitalar, como também inseridos na assistência em laboratórios de análises clínicas e ambulatórios de especialidades. O Parecer da Câmara Técnica desse Conselho n° 023/2013, trata sobre o procedimento de aspiração de secreção por cânula de traqueostomia e abrange com propriedade a temática do questionamento, discorrendo desde o conceito da técnica de aspiração endotraqueal a suas complicações.
O texto deixa claro que este procedimento faz parte da enfermagem.


Sobre a Fisioterapia
  • Dispõe sobre a não atribuição ao profissional Fisioterapeuta da execução da aspiração das vias aéreas superiores e traqueobrônquica como procedimento isolado e coleta de secreção para obtenção de cultura, dentro de suas respectivas áreas de atuação. 
O texto deixa claro que não faz parte do procedimento da Fisioterapia.


Mas de onde estes textos foram retirados?

Ambos são pareceres assinados pelo seus respectivos conselhos que regem a atuação de cada profissão e o assunto se torna polêmico, pois o Fisioterapeuta atua diretamente lidando com as vias aéreas do pacientes e a Enfermagem assim o vê como o profissional responsável por está coleta.


Teria algum problema o Fisioterapeuta realizar está coleta?

Claro que não... Porém à coleta deveria ser esquematizada para ocorrer no momento do atendimento da Fisioterapia que necessitasse da aspiração da via aérea artificial do paciente. E após a coleta a enfermagem encaminhar a secreção para o laboratório se necessário. 

Mas......

O que vemos na prática muitas vezes é o Fisioterapeuta tendo que voltar até o paciente que já foi atendido para realizar à coleta.


Algumas pessoas irão dizer que não custa nada realizar o procedimento e outros defenderão que não é sua obrigação, mas de fato temos que repensar nossas ações e as realizar com embasamento legal pela profissão.

A RESOLUÇÃO CREFITO-6 Nº 002/2013 nos diz que não é nossa responsabilidade.

E o Coffito?

CONSIDERANDO as competências definidas no artigo 1º da Resolução COFFITO 80/87;
CONSIDERANDO os recentíssimos Pareceres n.º 002/2013 e nº 005/2013, da ASSOBRAFIR – Associação Brasileira de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Fisioterapia em Terapia Intensiva, referentes ao papel do Fisioterapeuta em relação ao procedimento de aspiração traqueal e coleta de secreção traqueobrônquica para cultura.
Artigo 1º - Compete ao Fisioterapeuta, aplicar métodos, técnicas e recursos de expansão pulmonar, remoção de secreção, fortalecimento muscular, recondicionamento cardiorrespiratório e suporte ventilatório.
Parágrafo Único - O procedimento de aspiração traqueobrônquica, nas diversas vias aéreas, deve ser entendido como de utilização do profissional Fisioterapeuta quando aplicado especificamente como parte integrante de sua intervenção por meio de uma combinação de técnicas fisioterapêuticas que visam reduzir a resistência das vias aéreas, por meio de desobstrução pulmonar, em pacientes sob sua responsabilidade que apresentem incapacidade de eliminar ativamente a secreção deslocada, apenas quando necessária durante a realização da conduta fisioterapêutica.
Artigo 2º - A aspiração das vias aéreas superiores e traqueobrônquica pode ser um dos componentes do protocolo de intervenção fisioterapêutica, sendo facultado ao fisioterapeuta, somente e quando necessário, a execução da técnica, após a realização de exame e avaliação fisioterapêutica criteriosa do quadro físico funcional e instituição de diversos recursos que compõe o escopo da terapia para a remoção da secreção.
Artigo 3º - A aspiração das vias aéreas superiores e traqueobrônquica quando feita de modo isolado não é atribuição do fisioterapeuta.
Artigo 4º - A coleta de secreções para obtenção de cultura de secreção traqueal não é atribuição do fisioterapeuta.


Recentemente saiu um acórdão sobre

O PLENÁRIO DO CONSELHO FEDERAL DE FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL, no uso de suas atribuições e disposições regulamentares conferidas pela Lei nº 6.316, de 17 de dezembro de 1975, e pela Resolução nº 413, de 19 de janeiro de 2012, em que, ACORDAM os Conselheiros do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, reunidos na sessão da 265ª Reunião Plenária Ordinária, em aprovar, por unanimidade, o parecer confeccionado pela Associação Brasileira de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Fisioterapia em Terapia Intensiva (ASSOBRAFIR), com o seguinte teor:
“Trata-se de consulta formulada pelos associados da Associação Brasileira de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Fisioterapia em Terapia Intensiva – ASSOBRAFIR acerca do papel do fisioterapeuta na coleta de secreção traqueal para cultura.
Informam, ainda, os consulentes que, na atuação em equipe multidisciplinar, muitas vezes ocorre conflito entre profissionais de Fisioterapia e profissionais de outras categorias, sobre a responsabilidade do fisioterapeuta na realização de coleta de material, notadamente secreção traqueal, para exames.
É o relatório.

Passo a opinar.

O resultado microbiológico de uma cultura é consequência da qualidade da amostra colhida, portanto, durante a coleta, devem ser adotados procedimentos adequados e protocolares, a fim de se evitarem falhas no isolamento do agente etiológico. Desse modo, a coleta de secreção traqueobrônquica para cultura difere da retirada de secreção realizada pelo fisioterapeuta, após a realização da terapia para remoção de secreção.
A Fisioterapia Respiratória e a Fisioterapia em Terapia Intensiva são especialidades da Fisioterapia, que utilizam rotineiramente técnicas com objetivos diversos, dentre os quais se destaca o deslocamento de secreções traqueobrônquicas, contidas no interior de vias aéreas mais distais às mais centrais, permitindo, dessa forma, a expectoração voluntária ou aspiração mecânica dessas secreções.
A partir desse conceito, fica definido que a aspiração traqueal pode ser um dos componentes do protocolo fisioterapêutico, devendo ser realizada por esse profissional, quando necessária, após a implementação dos diversos recursos que compõem o escopo da terapia para remoção de secreções, mas que deve ser entendida como técnica comum a todos os profissionais de saúde envolvidos no cuidado ao paciente.
CONCLUSÃO
Em face do exposto, a Associação Brasileira de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Fisioterapia em Terapia Intensiva – ASSOBRAFIR opina que a coleta isolada de secreções para obtenção de cultura de secreção traqueal não é atribuição do fisioterapeuta.”
Quórum: Dr. Roberto Mattar Cepeda – Presidente; Dra. Luziana Carvalho de Albuquerque Maranhão – Vice-Presidente; Dr. Cássio Fernando Oliveira da Silva – Diretor-Secretário; Dr. Wilen Heil e Silva – Diretor-Tesoureiro; Dra. Elineth da Conceição Braga Valente – Conselheira Efetiva; Dr. Leonardo José Costa de Lima – Conselheiro Efetivo; Dr. Marcelo Renato Massahud Junior – Conselheiro Efetivo; Dra. Patrícia Luciane Santos de Lima – Conselheira Efetiva; e Dra. Patrícia Rossafa Branco – Conselheira Efetiva.
O que vocês acham colegas????




Até a próxima...

Fernando Acácio Batista

Professor de Educação Física
Fisioterapeuta Intensivista
Estudante de Nutrição
Gestor do Hospital Sancta Maggiore
Co-fundador e Professor da Liga da Fisiointensiva
Professor da especialização em Fisioterapia Hospitalar da Physiocursos Sorocaba
Professor da Especialização em Fisioterapia em Terapia Intensiva da Inspirar
Especialização em Fisioterapia Respiratória pela ISCMSP
Especialização em Fisioterapia em UTI pelo HFMUSP
Especialista em Fisioterapia em Terapia Intensiva pela ASSSOBRAFIR-COFFITO
Especializado em Fisiologia do Exercício pela UniAmérica
MBA em Gestão da Qualidade e Acreditação Hospitalar pela UniAmérica
Mestre em Terapia Intensiva pelo IBRATI





sábado, 18 de novembro de 2023

Prognosis and quality of life of elderly patients after intensive care

Olá, meu nome é Fernando Acácio Batista e eu sou Fisioterapeuta especialista em fisioterapia em terapia intensiva adulto, além disso sou professor de ventilação mecânica tema que adoro e leciono em algumas especializações. Venho aqui deixar disponível para quem tenha interesse meu curso e e-book.

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É uma realidade na UTI a internação de idosos, que demandam um atendimento diferenciado e talvez um tempo maior de internação. Mas será que os idosos apresentam maiores problemas relacionados a internação e pós alta hospitalar?

Antes precisamos definir o que seria o idoso:
  • Na literatura eles são definidos como maior que 65 anos.
Ao falarmos deste grupo de pacientes, por exemplo durante internação na UTI ou após a alta hospitalar, verificamos em 1, 3, 6, 12 ou 24 meses e até por anos mais tarde causas que agridem a saúde do idoso. Essa mortalidade poderá ser influenciada pela triagem antes da admissão na UTI o que é fator decisivo para o idoso, pois estes pacientes podem dar entrada mais graves ou não ter um tratamento em relação a públicos mais jovens. 

Outro fator são pacientes que são transferidos de UTI para a enfermaria ou até de unidades para ter seu fim de vida mais digno ou junto da família, sendo que isso poderá subestimar a mortalidade na UTI. Vale destacar que pacientes idosos apresentam alguns fatores que poderão identificar uma mortalidade mais alta nas internações na UTI, pois a gravidade na internação avaliada pelo APACHE, SAPS ou SOFA são geralmente mais importantes e predizem maior gravidade. O interessante é que a idade avançada não é fator decisivo e sim as co-morbidades que estes pacientes apresentam em sua internação, que também poderão predizer péssimo prognóstico após sua alta, com queda importante na qualidade de vida.

Em nosso dia a dia atendemos idosos que são entrada na UTI com diversas doenças associadas ao quadro agudo que apresentam, sendo elas as insuficiências cardíacas, hipertensão arterial sistêmica, diabete mellitus, insuficiência coronáriana, entre outras doenças que poderão ditar o desfecho destes grupos. As internações e reinternações de idosos são mais altas e tudo girando em torno das doenças de base que são arrastadas e quando exacerbam levam o idoso para a UTI, mesmo os que se submetem ao tratamento das mesmas. Ainda temos discrepâncias sobre alguns dados nesta populações, porém os estudos nesta área começam a surgir em grande números, visto a população de idosos que vem crescendo no Mundo.

Por isso a orientação e o acompanhamento no setor primário é de extrema importância, pois evitariamos chegar nesse ponto de uma atenção terciária para reduzir danos de doenças já instaladas e evoluindo ao longo dos anos.


https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22965434
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15888857


Até a próxima...


Fernando Acácio Batista

Professor de Educação Física
Fisioterapeuta Intensivista
Estudante de Nutrição
Gestor do Hospital Sancta Maggiore
Co-fundador e Professor da Liga da Fisiointensiva
Professor da especialização em Fisioterapia Hospitalar da Physiocursos Sorocaba
Professor da Especialização em Fisioterapia em Terapia Intensiva da Inspirar
Especialização em Fisioterapia Respiratória pela ISCMSP
Especialização em Fisioterapia em UTI pelo HFMUSP
Especialista em Fisioterapia em Terapia Intensiva pela ASSSOBRAFIR-COFFITO
Especializado em Fisiologia do Exercício pela UniAmérica
MBA em Gestão da Qualidade e Acreditação Hospitalar pela UniAmérica
Mestre em Terapia Intensiva pelo IBRATI






domingo, 12 de novembro de 2023

Cães na UTI podem ajudar os idosos












Olá, meu nome é Fernando Acácio Batista e eu sou Fisioterapeuta especialista em fisioterapia em terapia intensiva adulto, além disso sou professor de ventilação mecânica tema que adoro e leciono em algumas especializações. Venho aqui deixar disponível para quem tenha interesse meu curso e e-book.

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A terapia por cães e outros animais vem demonstrando grandes resultados aos pacientes internados em ambientes hospitalares, e atualmente alguns pesquisadores em uma Universidade do Texas estão utilizando os cães como tratamento em unidade de terapia intensiva, como uma forma de ajudar os pacientes idosos. Eles esperam obter resultados positivos sobre o uso de cães na recuperação dos pacientes.

"A implantação de animais de terapia em ambiente hospitalar é uma tendência crescente. Queremos que o maior número possível de pessoas se beneficiem do poder de cura do vínculo humano-animal. "

De acordo com A Society for Health Care Epidemiology of America, 83% dos 337 centros de saúde pesquisados permitem amigos peludos para ajudar no tratamento dos pacientes, e além disso em uma pesquisa verificaram que 1,000 Médicos já teriam utilizados de animais para auxiliar no tratamentos de pacientes.

Um dado interessante é que os pacientes internados apresentam altos níveis de cortisol, que é responsável pelo estresse, e isso aumenta quando o paciente se encontra na UTI, dificultando o funcionamento adequado do sistema imunológico e gerando um maior tempo para a recuperação, assim eles apostas que a terapia por cães possa atuar neste ponto importante.

O estudo será realizado com visitas de 10 minutos pelos cães na UTI para comparação das respostas fisiológicas dos pacientes frente a inflamação, resposta endócrina e psicológica.

O estudo leva o nome de: Biobehavioral Effects of Therapy Dog Visitation in Elderly Intensive Care Unit Patients e eu particularmente estou ansioso pelos resultados.


Vale lembrar que já temos Hospitais trabalhando com está abordagem pelo mundo. E claro que mesmo eu sendo apaixonado por cães, não deixo o amor pelo animal falar mais alto sobre este assunto, mas sim me baseio em alguns resultados de estudos que temos disponíveis na literatura. 
As barreiras devem ser quebradas e isso pode de alguma forma levar a desconfortos, mas com o tempo tudo se encaixa e os serviços poderão contar com mais uma possibilidade de terapêutica para nossos pacientes de forma rotineira.



Segue dois vídeos sobre o assunto:


https://www.youtube.com/watch?v=O8p4vFM0xRo
https://www.youtube.com/watch?v=FyYSyUnF8EQ



Deixo disponível o site sobre o atual estudo:


Biobehavioral Effects of Therapy Dog Visitation in Elderly Intensive Care Unit Patients



O que acham???

Fernando Acácio Batista

Professor de Educação Física
Fisioterapeuta Intensivista
Estudante de Nutrição
Gestor do Hospital Sancta Maggiore
Co-fundador e Professor da Liga da Fisiointensiva
Professor da especialização em Fisioterapia Hospitalar da Physiocursos Sorocaba
Professor da Especialização em Fisioterapia em Terapia Intensiva da Inspirar
Especialização em Fisioterapia Respiratória pela ISCMSP
Especialização em Fisioterapia em UTI pelo HFMUSP
Especialista em Fisioterapia em Terapia Intensiva pela ASSSOBRAFIR-COFFITO
Especializado em Fisiologia do Exercício pela UniAmérica
MBA em Gestão da Qualidade e Acreditação Hospitalar pela UniAmérica
Mestre em Terapia Intensiva pelo IBRATI











domingo, 5 de novembro de 2023

Como mudar a visão da Fisioterapia

Olá, meu nome é Fernando Acácio Batista e eu sou Fisioterapeuta especialista em fisioterapia em terapia intensiva adulto, além disso sou professor de ventilação mecânica tema que adoro e leciono em algumas especializações. Venho aqui deixar disponível para quem tenha interesse meu curso e e-book.

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Em uma discussão dentro de um grupo de Fisioterapeutas intensivistas sobre como mudar o paradigma da Fisioterapia, pois em seu serviço o Fisioterapeuta era o que apenas aspirava, que montava o ventilador mecânico, que fazia VNI, que trocava fixação de COT, entre outras funções que lhe tomava muito tempo e não conseguiam mobilizar os pacientes adequadamente, assim era muito comum os pacientes apresentarem FAUTI.

O que temos de interessante é que ainda muitos Hospitais do Brasil tem esse perfil de atendimento de Fisioterapia baseado em Respiratória, como um Terapeuta Respiratório Americano, porém com condutas limitadas. Isso nos remete ao passado quando a Fisioterapia iniciou seus trabalhos dentro do Hospital e sua abordagem era realmente de predomínio respiratório e com pouca mobilização, pois ainda não tínhamos conhecimento sobre mobilização precoce e seus efeitos nos pacientes críticos. O passado nos proporcionou um ganho enorme de espaço dentro da UTI, pois  hoje temos liberdade na equipe para realizarmos nossos atendimentos e evoluirmos cada dia mais.

Por outro lado ainda temos a cultura de outras equipes em achar que o Fisioterapeuta é responsável e único pela aspiração dos pacientes, coleta de secreção e outras funções que já sabemos, porém como mudar está visão simplista da profissão:


  • Primeiramente devemos mudar a cultura local, ou seja mudar a cultura da organização pela qual estamos inseridos;
  • Isso deve se iniciar com uma reunião entre Coordenadores Médicos e de todas as outras equipes existentes no Hospital, onde poderemos expor sobre a atuação da Fisioterapia e mostrar evidências de que a reabilitação é muito mais importante para o paciente e para os custos hospitalares;
  • Essas reuniões talvez denotem de tempo para as reais mudanças, pois o novo irá gerar conflitos e dúvidas nas equipes, e aí que entra o poder de convencer através de conhecimentos e com resposta baseada em dados;
  • Após as chefias estarem ciente e concordarem com as mudanças, o próximo passo é começar a implantar uma nova cultura nos colaboradores, o que denota tempo e flexibilidade, visto o conflito que iremos iniciar com as mudanças.

E por onde começar:

  • Devemos ter todos os lideres das equipes ao nosso lado e disposto a mudar essa cultura;
  • Promover treinamento das equipes em relações as novas condutas, protocolos e mudanças que serão realizadas no Hospital;
  • Montar um roteiro para que na integração de todos os profissionais o Fisioterapeuta apresente o seu trabalho, deixando claro o que é de sua responsabilidade, o que é compartilhado e o que pode ser de comum acordo;
  • Tabular dados com indicadores precisos que relacionem os procedimentos da Fisioterapia e redução de custos para a organização, pois assim conseguimos melhorar a equipe, gerar mais contratações e manter um bom posicionamento dentro da organização;
  • Apresentar resultados mensais e fechar balanço anual, porém as metas devem ser restabelecidas mês a mês, sempre com o objetivo de qualidade assistencial e menor custo.

Parece simples não é?       Porém é extremamente trabalhoso mudar uma cultura imposta por anos dentro da organização, onde iremos lidar com egos, auto estima, personalidade e Seres Humanos que serão o maior problema de todos. Toda mudança gera desconforto, conflitos, reclamações e insatisfações. Porém é extremamente importante persistir no ideal.

Até hoje muitos profissionais e até Fisioterapeutas não sabem nossa real função, que vai muito além da ventilação mecânica e aspirações de pacientes. Não adianta querermos mudar as coisas cortando os galhos das árvores, mas sim devemos regar estas árvores para que elas cresçam e proporcionem flores mais bonitas. Ou seja, não adianta entrar em conflito com pessoas da assistência, mas devemos começar trazendo os lideres de cada equipe para o nosso lado e assim juntos mudarmos o cenário da organização, onde todos só tem a ganhar.

Caso alguém queira conhecer um pouco mais da atuação da Fisioterapia dentro do Hospital segue alguns links importantes: 
Hoje a Fisioterapia em Terapia Intensiva vem se estabelecendo forte e conquistando seu lugar e não podemos deixar que outros profissionais tenham essa visão simplista pela qual apenas rebaixa nosso potencial e nossa atuação.  A mudanças devem começar de algum ponto e profissionais que lutam pela profissão e não apresentam aversão a riscos terão trabalho, porém a recompensa virá futuramente. E nem sempre a recompensa será em espécie, mas sim no prazer em contribuir para o avanço da profissão, proporcionando uma melhor qualidade de atendimento para os pacientes, melhor recolocação para colegas de profissão e melhor posicionamento da Fisioterapia. Criar possibilidade de empregos é responsabilidade social.

Até a próxima...




Fernando Acácio Batista

Professor de Educação Física
Fisioterapeuta Intensivista
Estudante de Nutrição
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Especialização em Fisioterapia em UTI pelo HFMUSP
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