sexta-feira, 26 de abril de 2019

Terapia Muscular Respiratória na Fonoaudiologia





Terapia Muscular Respiratória na Fonoaudiologia



A terapia muscular respiratória (TMR) é amplamente estudada como uma modalidade de tratamento da fraqueza muscular respiratória e também uma estratégia para aumentar a performance de atletas. As pesquisas na área tem incluído cada vez mais grupos de indivíduos com patologias diversas tais como DPOC, Parkinson, TRM e outras condições como, por exemplo, idosos sedentários. Contudo, as investigações que vem interessado cada vez mais aos fonoaudiólogos se referem a aplicação da terapia muscular respiratória como recurso na reabilitação nas áreas de voz e disfagia. 

A terapia muscular expiratória é a mais conhecida e estudada na área da Fonoaudiologia com uma vasta literatura, que permite embasamento cientifico para sua aplicação como recurso terapêutico. O fortalecimento da musculatura expiratória beneficia o suporte respiratório para a fala e o canto, assim como também possui correlação direta com a função de deglutição. O acionamento destes músculos gera uma contração cruzada do grupo muscular supra-hióideo sendo, esses últimos, responsáveis pelos movimentos de excursão do complexo hiolaríngeo que é imprescindível para a eficácia da deglutição. Há mais benefícios com impacto direto na proteção da via aérea sendo eles o aumento da adução das pregas vocais e a melhora da eficiência da tosse. 

O fortalecimento da musculatura inspiratória, proporcionado pela terapia muscular inspiratória (TMI), também vem ganhando campo dentro dos estudos na área da reabilitação fonoaudiológica. A TMI permite aumentar o volume pulmonar o que consequentemente gera maior pressão subglótica, proteção de via aérea e aceleração do tempo de ativação da fase faríngea da deglutição. Também traz proveitos relacionados a possibilidade de melhorar a abdução das pregas vocais. 

A prescrição fonoaudiológica do TMR deve ser guiado pelos princípios básicos de um treinamento de força que levam em consideração a intensidade do estímulo (que deve ser o suficiente para provocar mudança na função muscular), o estabelecimento do grupo muscular alvo, carga, frequência e duração. Para tanto é necessário que o fonoaudiólogo tenha acesso aos valores das pressões respiratórias máximas (PImax e PEmax) e raciocínio crítico em cima da fisiopatologia da doença de base de seu paciente levando-se em conta as condições clínicas que o mesmo apresenta. 

Um ponto de grande importância clínica deve ser considerado: a fadiga. O TMR não gera somente fadiga muscular respiratória mas também fadiga da musculatura relacionada a deglutição e pesquisas já demonstram que deglutições que ocorrem sob condições fadigadas podem aumentar os riscos de aspiração laringotraqueal.


https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29254116
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26803525
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21098406




Tamara Elisa Rocha Braga 
Fonoaudióloga 
Especialização em Deglutição , Voz e Fala nas alterações neurológicas e oncológicas ;
Aprimoramento em Fonoaudiologia Hospitalar;
Coordenadora do Serviço de Fonoaudiologia do Hospital Madre Teresa - BH / MG ;
Membro do departamento de Fonoaudiologia da SOMITI 
Membro da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia
Fonoaudióloga do Vent-Lar - Excelência em Ventilação Mecânica Domiciliar

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