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Umidificação do O2 administrado em baixos fluxos na pediatria: certo ou errado?
Não raro faz-se necessária a suplementação
de oxigênio em baixos fluxos para pacientes pediátricos, quer seja na UTI,
enfermaria ou mesmo setor de emergência. Quando se utiliza como interface a
cânula nasal quase sempre nos deparamos com um umidificador com água destilada (Fig.
1) acoplado à interface, mas será que esta “umidificação” é um procedimento
correto e adequado ao paciente? Vejamos o que dizem as evidências...
Fig. 1
1)* O Manual de Oxigenoterapia para
crianças, publicado pela Organização Mundial da Saúde (WHO) em 2016 afirma que
quando o oxigênio é usado em baixos fluxos por interfaces nasais (< 4L/min)
a umidificação não é necessária;
2)* O guideline da American Association
of Respiratory Care sobre a oferta de O2 em pediatria e neonatologia afirma que
sistemas de umidificação tem sido associados com contaminação bacteriana;
3)* Um artigo publicado na revista
CHEST (Franchini et al, 2016) garante
que a umidificação de bolhas NÃO
umidifica adequadamente o O2 inspirado, não sendo capaz de prevenir a redução
do clearence mucociliar e a
desidratação da mucosa;
4)* O guideline da Sociedade Britânica
de Tórax relata que a umidificação em baixos fluxos de oxigênio não é necessária
(grau B de recomendação), e mais do que isso... o mesmo protocolo garante que
não existem evidências do benefício clínico da umidificação do oxigênio e que a
mesma não deve ser realizada por representar risco de infecção;
5)* Segundo Willians (2005), em sua
publicação no Jornal Sulafricano de Cuidados Intensivos, o sistema de formação
de bolhas pode favorecer a saída de bactérias do recipiente com água pela
formação de um aerossol de água no mesmo.
Neste sentido, parece
estar claro, à luz das evidências, o quão prejudicial pode ser à criança ou
lactente a utilização do umidificador com água associado à cânula nasal.
Precisamos basear
nossas condutas nas evidências científicas, em prol dos pacientes. E caso algum
profissional queira fazer valer sua opinião pessoal, faz-se importante frisar
que opinião de especialista é nível de evidência 5, portanto muito inferior às
pesquisas e guidelines aqui apresentados.
Até a próxima... 😉
Docente das
Pós-graduações em Terapia Intensiva (UFPA, CESUPA e INSPIRAR)
Especialista
Profissional em Terapia Intensiva Ped e Neo (COFFITO/ASSOBRAFIR)
Especialista
Profissional em Terapia Intensiva Adulto (COFFITO/ASSOBRAFIR)
Fisioterapeuta da
Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (FHCGV) e do Hospital Universitário
João de Barros Barreto (HUJBB)
Mestre em Doenças
Tropicais (UFPA)
Orientador da Liga
Acadêmica de Fisioterapia em Pediatria e Neonatologia (LAFIPEN)