quinta-feira, 7 de julho de 2022

Deambulando com o paciente no pós operatório pulmonar





Deambulação nos pacientes pós operatórios pulmonares.

Em alguns centros não é impossível que os pacientes pós operatórios se mantenham pelo menos 24 horas pós cirurgia em repouso no leito. Mas será que isso é correto?







Entre os procedimentos cirúrgicos que estes pacientes passam, podemos citar alguns como:

  • Bulectomia;
  • Segmentectomia;
  • Lobectomia;
  • Pleurostomia;
  • Entre outros.
A deambulação é extremamente importante para esses pacientes e quanto mais precoce melhor os benefícios. Só que essa deambulação deverá ter metas, pois caso contrário poderemos realizar sub-terapias, pois isso tende a expor o paciente a maiores complicações pulmonares (relacionada a não tratamento pela Fisioterapia) como:
  • Hipoxêmia;
  • Hipoventilação;
  • Atelectasias;
  • Hipersecreção;
  • TVP/TE;
  • Entre outras.
Devemos sempre realizar a periodização da terapia para estes pacientes com metas diárias de deambulação da seguinte maneira:
  • Escala de BORG para avaliação do esforço;
  • Velocidade média (km/h);
  • Associação distância-tempo (M/s);
  • Metragem percorrida (metros).
Qual a importância desta monitorização?

Está monitorização é extremamente importante para não gerar sub-terapias e conseguimos periodizar nosso atendimento  adequadamente, pois não temos vantagem por exemplo em uma deambulação no dia de hoje com 100 metros e amanhã 20 metros. Nós temos disponível hoje na literatura a seguinte recomendação da Royal College of Anaesthetists. Guidelines forpatients undergoing surgery as part of an Enhanced Recovery Programme (ERP) que é deambular 60 metros no primeiro dia, 80 no segundo e 100  no terceiro. Lembrando que essas são metas diárias.

Como podemos dividir nossa deambulação?

Em nosso serviço temos a seguinte divisão:
  • No primeiro dia objetivamos pelo menos 50 metros percorridos;
  • No segundo dia objetivamos pelo menos 100 metros percorridos;
  • No terceiro dia objetivamos pelo menos 250 metros percorridos;
Associado a terapia de deambulação podemos realizar também terapia com uso de pressão positiva, Flutter ou Shaker, entre outros recursos  que poderão  nos guiar para uma melhor evolução destes pacientes. Temos observado caminhadas muitos maiores que 50 metros já  no primeiro dia, isso fruto de um trabalho de conscientização aos pacientes durante o primeiro atendimento, onde nossos profissionais dão  toda a atenção necessária para o cliente e sua recuperação. Sabemos que este público tem um internação prolongada de até 8 à 9 dias, e a Fisioterapia é fator primordial para uma melhor evolução. 

Para finalizar o objetivo desta postagem não é ensinar e sim alertar a todos que devemos sempre monitorizar e estimular a deambulação precoce nestes pacientes. Temos que ter em mente alguns pontos para uma adequada terapia:
  • Avaliar adequadamente;
  • Prescrever a intensidade adequada da terapia;
  • Prescrever a frequência adequada da terapia;
  • Monitorizar a terapia;
  • E dar continuidade na periodização da terapia.
Espero ter ajudado vocês nesta postagem. 


Até a próxima...



Fernando Acácio Batista

Fisioterapeuta Intensivista Gestor do Hospital Sancta Maggiore
Fisioterapeuta Emergêncista (ERWS)
Co- fundador e Professor da Liga da Fisiointensiva
Professor da Especialização em Fisioterapia Intensiva da Liga da Fisiointensiva
Professor do Aperfeiçoamento teórico da Liga da Fisiointensiva
Especializando em MBA em Gestão em Serviços de Saúde pela UNINOVE
Especialização em Fisioterapia Respiratória pela ISCMSP
Especialização em Fisioterapia em UTI pelo HFMUSP
Mestrando em Terapia Intensiva pelo IBRATI





Nenhum comentário:

Postagem em destaque

Custos com inspirometro de incentivo

Nesse estudo foi demonstrado que o inspirometro de incentivo apesar de não ter sua eficácia comprovada, ela é amplamente utilizada ainda com...