segunda-feira, 11 de julho de 2022

Indicador Porta-Fisioterapia como eficiência e resolução de processos



Em outra postagem falamos brevemente do indicador Porta-Fisioterapia, sua importância e sua forma de ser calculado. Mas agora iremos detalhar mais sobre a importância deste indicador na resolução de problemas e como podemos evitar uma internação mais prolongada ou alguma complicação do cliente que assim está sendo admitido em nossa unidade.

Vamos imaginar que temos um serviço de Fisioterapia no Pronto Socorro do Hospital X e no momento da admissão dos pacientes nosso Porta-Fisioterapia médio é de 01 hora, mas ao analisarmos os dados prévios de intubação e mortalidade, notamos um dado discrepante e inaceitável. Como resolver este problema?

Vejamos pela lógica dos fatos:

  • Se um paciente chega em nosso Pronto Socorro em IRpA e nosso Porta-Fisio médio é de 01 hora, podemos deduzir que alguns pacientes não irão ter uma abordagem adequada em tempo hábil para resolução de seu problema, visto que abordagens nestes pacientes devem ser imediatas.
  • Então qual o motivo do tempo médio do Porta- Fisio estar alto?
Outro exemplo:
  • Vamos supor que trabalhamos em uma unidade de pós-cirúrgicos torácicos e nossos pacientes após a cirurgia vão direto para o quarto. 
  • Alguns deles necessitam de abordagem precoce com o uso da VNI e deambulação para evitar complicações pulmonares.
  • O quanto antes ocorrer a avaliação inicial, já poderemos instalar as primeiras terapias e determinar de forma correta o tratamento deste paciente dia a dia sem realizar a sub-terapia.
Portanto o indicador de Porta- Fisioterapia poderá nos demonstrar a eficiência da equipe em relação à admissão do paciente, mas também poderá nos demonstrar à eficiência na resolução dos problemas relacionados as intercorrências e evoluções no dia a dia.

Concordamos que uma abordagem rápida, eficaz e baseada em metas poderá nos proporcionar economia no serviço, menor tempo de internação do paciente e menor mortalidade, assim todos ganham de alguma forma. Portanto podemos sim relacionar o Porta-Fisioterapia com tempo de internação, com custos e gastos, visto que teremos uma média geral do tempo de abordagem, mas ao controlarmos todos os tempos das admissões, poderemos demonstrar se no grupo com abordagem precoce a resolução foi mais eficaz, assim como o tempo de internação, mortalidade e economia no setor. Lembrando que para cruzarmos estes dados, devemos sempre comparar os grupos de acordo com seus diagnósticos e outros fatores que os tornem mais homogêneos, pois nada adianta comparar uma abordagem de pacientes com IRpA com pacientes pós- cirúrgicos que não cursam com IRpA.

Assim teremos dados valiosos em nossas mãos e só assim poderemos demonstrar que a Fisioterapia é uma profissão extremamente importante e necessária dentro de todos os setores. Precisamos nos mexer para conquistar cada vez mais espaço, mais contratações e maiores salários.

Espero ter ajudado com mais esta postagem e atá a próxima...






Fernando Acácio Batista

Fisioterapeuta Intensivista Gestor do Hospital Sancta Maggiore
Fisioterapeuta Emergêncista (ERWS)
Co- fundador e Professor da Liga da Fisiointensiva
Professor da Especialização em Fisioterapia Intensiva da Liga da Fisiointensiva
Professor do Aperfeiçoamento teórico da Liga da Fisiointensiva
Especializando em MBA em Gestão em Serviços de Saúde pela UNINOVE
Especialização em Fisioterapia Respiratória pela ISCMSP
Especialização em Fisioterapia em UTI pelo HFMUSP
Mestrando em Terapia Intensiva pelo IBRATI

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