Um estudo Brasileiro teve como objetivo testar concordância entre
dispositivos artesanais e um manômetro especificamente projetado para
esse fim, onde foram utilizados em 79 sujeitos a
concordância entre as mensurações realizadas
com 2 dispositivos artesanalmente
adaptados para medir a pressão de balão
dos tubos endotraqueais e as obtidas com
uso de um manômetro específico para
esse fim. A pressão de balão foi medida
com um manômetro comercial e com
dois dispositivos artesanais montados a
partir de esfigmomanômetro aneroides.
Foram verificados que as pressões do balão
medidas com os dispositivos artesanais
foram significantemente diferentes das
medidas obtidas com o dispositivo comercial, sendo as pressões mais elevadas nas mensurações obtidas com o dispositivo
artesanal 1 e mais baixas nas
avaliações realizadas com o dispositivo
artesanal 2. O coeficiente de correlação
intraclasse entre o dispositivo comercial
e os dispositivos 1 e 2 foi excelente (0,8;
p < 0,001) e bom (0,66; p < 0,001),
respectivamente.
No entanto, os gráficos
de Bland-Altman demonstraram limites
amplos de concordância entre os dispositivos
1 e 2 e o dispositivo comercial.
Conclusão: Os manômetros artesanais
não proporcionam mensurações
precisas da pressão do balão, quando
comparados a um dispositivo específico
para esse fim e, portanto, não devem ser
utilizados na avaliação de pacientes mecanicamente
ventilados em substituição
aos manômetros comerciais específicos
para avaliação da pressão do balão.
Observação dos autores: O espaço morto dos manômetros também pode contribuir
para a variação sistemática. Manômetros aneroides
contêm um volume de ar, mesmo quando não pressurizados.(34)
Como a pressão dentro do balão é mais alta do que
a atmosférica, ao conectar-se o manômetro ao balão, as
pressões se equalizarão, principalmente às custas do volume
e da pressão do balão. Assim, a precisão da mensuração
da pressão de balão depende do tamanho do espaço morto
de cada manômetro e, consequentemente, de seu volume
e sua pressão antes da avaliação. Como os manômetros
utilizados em nosso estudo foram produzidos por
diferentes fabricantes, é possível que seus espaços mortos
sejam diferentes, influenciando na variabilidade entre eles.
Comentários: Na prática clínica temos alguns hábitos, onde realizamos adaptações em aparelhos ou produtos com o intuito de substituir algo que o Hospital não tem e que pode ser de auto custo, mas temos que ter em mente que estas adaptações podem nos induzir a erros quando não testado antes e feito uma correlação direta com dados estatísticos. No caso da adaptação para medidor de pressão de cuff, precisamos ter em mente que os valores normais são estreitos e isso poderá nos levar a erros importantes, que poderá custar alto ao paciente e para maiores gastos hospitalares.
Já temos na literatura que a pressão de cuff inadequada acima do valor máximo tolerado, poderá levar a alterações na estrutura da mucosa do paciente. Portanto precisamos lembrar que mais vale gastar um pouco mais em um aparelho confiável e feito para tal procedimento, pois com adaptações não tão funcionais, teremos um gasto a longo prazo dobrado ou até triplicado.
Vale a reflexão...
Até a próxima...
Nenhum comentário:
Postar um comentário