quarta-feira, 7 de agosto de 2024

Peep-Zeep

O estudo PEEP-ZEEP technique: cardiorespiratory repercussions in mechanically ventilated patients submitted to a coronary artery bypass graft surgery dos autores Marcus Vinicius Herbst Rodrigues, Vitor Oliveira Carvalho, José Otávio Costa Auler Jr, e Maria Ignez Zanetti Feltrim, realizou a seleção de pacientes sendo  homens que iam realizar sua primeira cirurgia de revascularização do miocárdio no INCOR que é Hospital referência neste procedimento.

Os pacientes não apresentavam doença pulmonar e todos os indivíduos foram submetidos a revascularização do miocárdio com circulação extracorpórea. Os pacientes que precisavam de circulação extracorpórea mento superior a 120 minutos, que apresentaram instabilidade hemodinâmica (pressão arterial média (PAM <60 mmHg)) ou a assistência balão intra-aórtico necessários foram excluídos deste estudo. Os pacientes também foram excluídos quando apresentassem SpO2 menor que 92% durante a avaliação inicial.


Este estudo foi iniciado 30 minutos após a chegada do paciente na unidade de terapia intensiva pós-operatória. Os pacientes foram avaliados em 3 momentos distintos: antes da técnia PEEP-ZEEP, 10 minutos e 30 minutos após a técnica de PEEP-ZEEP.A frequência cardíaca e a pressão arterial média foram utilizados para avaliar o estado hemodinâmico, assim como a oxigenação foi avaliada por saturação periférica. O CO2 expirado foi avaliado e também a mecânica respiratória (pico de pressão, pressão de platô, fluxo inspiratório, fluxo expiratório, resistência inspiratória, resistência expiratória e complacência pulmonar estática).
 
Antes da  técnica PEEP-ZEEP, os pacientes estavam em decúbito dorsal, sedados com propofol (1 a 3 mg / kg / peso) e curarizados com atracúrio (0,3 a 0,5 mg / kg / peso). Os pacientes estavam em uso de um cateter de pressão arterial média e foram entubados e ventilados mecanicamente em um modo assistido-controlado com volume de 6 ml / kg / peso, freqüência respiratória de 12 bpm, PEEP de 5 cmH2O e fração inspirada de oxigênio de 1,0.
 

Para iniciar a técnica a Spo2 era verificada e então desconectado o paciente do VM, instilado soro fisiológico com um total de 3 ml e reconectado no VM novamente. A Peep era elevada a 15 cmH20 e deixado por 5 ciclos, após o 5 ciclo a Peep era abruptamente reduzida para zero (Zeep) com associação da compressão manual torácica bilateral. Após o paciente era aspirado e reconectado no ventilador mecânica novamente e todos os dados colhidos novamente e armazenados em um microcomputador.


 Resultados

A Pressão de pico não se diferenciou antes, 10 minutos e 30 minutos após a técnica de PEEP-ZEEP (p = 0,116). O Pico de pressão no quinto ciclo respiratório era de 29 ± 3cmH2O, e foi diferente entre os valores anteriores (p <0,001). A Pressão de Platô também não variou significativamente antes, 10 e 30 minutos após a técnica de PEEP-ZEEP. O Pplateau no quinto ciclo respiratório era de 26 ± 3 cmH2O, maior do que os outros valores (p <0,001).

O fluxo inspiratório não mostraram diferença antes, no quinto ciclo respiratório, 10 minutos e 30 minutos após a técnica de PEEP-ZEEP (p = 0,314). O fluxo expiratório mostrou diferença antes do procedimento (37 ± 11 L / min), em 10 minutos (38 ± 10 l / min) e aos 30 minutos (39 ± 10 l / min) (p = 0,043). No momento do esvaziamento, o fluxo expiratório atingiu 64 ± 9 L / min, com uma diferença estatisticamente significativa (p <0,001)




Os autores concluíram que a técnica de PEEP-ZEEP parece ser segura, sem alterações nas variáveis hemodinâmicas, produz fluxo expiratório elevado e parece ser uma técnica alternativa para a remoção de secreções brônquicas em pacientes submetidos à revascularização do miocárdio



Até a próxima...


Fernando Acácio Batista

Fisioterapeuta Intensivista do Hospital Sancta Maggiore
Fisioterapia Emergêncista (ERWS)
Co- fundador e Professor da Liga da Fisiointensiva
Professor da Especialização em Fisioterapia Intensiva da Liga da Fisiointensiva
Professor do Aperfeiçoamento teórico da Liga da Fisiointensiva
Professor da Universidade Anhanguera
Professor convidado da Especialização em Cardiorrespiratória da Unicid
Membro da Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva
Especialização em Fisioterapia Respiratória pela ISCMSP
Especialização em Fisioterapia em UTI pelo HFMUSP
Mestre em Terapia Intensiva pelo IBRATI

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