segunda-feira, 8 de novembro de 2021

VNI realizada com Helmet versus máscara facial em ARDS

O estudo Effect of Noninvasive Ventilation Delivered by Helmet vs Face Mask on the Rate of Endotracheal Intubation in Patients With Acute Respiratory Distress SyndromeA Randomized Clinical Trial publicado no JAMA 2016, teve como objetivo avaliar a VNI com o uso do Helmet comparado com a máscara facial. 


Foi um estudo Uni-centrico de ensaio clínico randomizado com 83 pacientes com diagnostico de ARDS que estavam necessitando de VNI com uso de máscara facial por pelo menos 8 horas. Com isso os participantes foram distribuídos aleatoriamente para dar continuidade com a VNI por máscara facil ou trocar o dispositivo para Helmet. A divisão então foi de 44 pacientes para a Helmet e 39 para a máscara facial.







Um ponto interessante no estudo é que não existiu um ponto de corte para a classificação da ARDS, sendo acoplado em ambos os grupos independente de sua classificação. Na parte esquerda da tabela vemos os pacientes que fizeram uso de máscara facial e a direita o Helmet, sendo que no grupo Helmet o pacientes eram piores pela classificação de Berlim.


O ponto chave do estudo como desfecho primário eram os pacientes que necessitaram de intubação oro-traqueal e os desfechos secundários era o dia livre do ventilador mecânico, duração da internação em UTI, tempo de permanência no Hospital e mortalidade nos 90 dias.


Resultados: 



O estudo foi interrompido precocemente e o taxa de intubação foi de  61,5% (n = 24) para o grupo máscara facial e de 18,2% (n = 8) para o grupo Helmet (diferença absoluta, -43,3%; IC95%, -62,4% para -24,3%; P <0,001).  

O número de dias livres do ventilador mecânico foi significativamente maior no grupo Helmet (28 vs 12,5; P <0,001).  




Em relação a mortalidade em 90 dias, 15 pacientes (34,1%) no grupo Helmet morreram versus 22 doentes (56,4%) no grupo máscara facial (diferença absoluta, -22,3%; IC95%, -43,3 para -1,4; P = 0,02). 


 
 


Os autores concluíram que o uso da VNI com Helmet resultou em uma redução significativa das taxas de intubação. Houve também um aumento significativo na redução da mortalidade em 90 dias, porém ainda ressaltam a importância de mais estudos. 



Até a próxima


Fernando Acácio Batista

Fisioterapeuta Intensivista do Hospital Sancta Maggiore
Co- fundador e Professor da Liga da Fisiointensiva
Professor da Especialização em Fisioterapia Intensiva da Liga da Fisiointensiva
Especialização em Fisioterapia Respiratória pela ISCMSP
Especialização em Fisioterapia em UTI pelo HFMUSP
Mestre em Terapia Intensiva pelo IBRATI

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