Aspirando o paciente em ventilação mecânica invasiva
É muito comum observarmos em nossa prática clínica o uso indiscriminado da aspiração de secreções em paciente em uso de VM, onde se tornou rotina pelo menos uma aspiração por período.
Isso poderá trazer algum benefício ao paciente?
Se o paciente apresentar indicações para tal procedimento é de extrema importância a aspiração, mas muitos pacientes sequer apresentam e logo são submetidos tal procedimento de horário. Não podemos esquecer que o procedimento invasivo pode ocasionar lesões na mucosa traqueal, dor, desconforto, infecção e alterações hemodinâmicas, além de alterações em gases arteriais, broncoespasmo, aumento da PIC e atelectasias.
É importante a adequada avaliação do paciente para tomada de decisão entre aspirar ou não aspirar.
Existem indicações claras para tal procedimento que são:
- Padrão serrilhado no slope fluxo-volume;
- Aumento da pressão de pico na modalidade VCV;
- Diminuição do volume corrente na modalidade PCV;
- Deteriorização da saturação de oxigênio;
- Secreções visíveis nas vias aéreas;
- Suspeita de aspiração gástrica ou de vias aéreas superiores;
- Necessidade de coleta de secreção.
Portanto vamos aspirar apenas quando necessário e lembrar que este procedimento é multiprofissional...
Fernando Acácio Batista
Fisioterapeuta Intensivista
Gestor do Hospital Sancta Maggiore
Co- fundador e Professor da Liga da Fisiointensiva
Professor da Especialização em Fisioterapia Intensiva da Liga da Fisiointensiva
Título de Especialista em Fisioterapia em Terapia Intensiva Adulto pelo COFFITO / ASSOBRAFIR
Especialização em Fisioterapia Respiratória pela ISCMSP
Especialização em Fisioterapia em UTI pelo HFMUSP
Mestre em Terapia Intensiva pelo IBRATI
http://lattes.cnpq.br/3951715682086759
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