terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Estudo de incidência e prognóstico em Cor Pulmonale agudo em ARDS


No estudo Incidence and prognostic value of right ventricular failure in acute respiratory distress syndrome que teve como objetivo analisar a incidência e o impacto da falência ventricular direita em pacientes com ARDS e foram verificados que em 9,6% dos pacientes ela estava presente. A mortalidade foi de 68% nos 90 dias, porém sem diferença em comparação com os pacientes sem falência de ventrículo direito.
O interessante que os pacientes que apresentaram a falência de ventrículo direito apresentaram um volume corrente maior e pressão de platô maior

A definição da falência de ventrículo direito foi definida no estudo por:

  • Uma pressão pulmonar média de 25 mmHg
  • PCV > PAOP
  • Um índice de volume sistólico de 30 ml m-2




Como podemos notar nesta tabela o grupo que desenvolveu falência ventricular direita teve uma tendência a apresentar volume corrente maior com significância estatística em relação o outro grupo. A complacência era outro dado com diferenças importantes, sendo muito menor no grupo que desenvolveu a falência, assim justificando uma valor maior de pressão de platô neste grupo. 
A pressão média de artéria pulmonar era outro dado que apresentou-se maior neste grupo. São dados interessantes que devem ser bem analisados para uma conclusão adequada.




Nesta tabela temos dados das características dos sobreviventes e
não sobreviventes. A incidência de falência ventricular direita foi semelhante em sobreviventes e não sobreviventes. A relação PaO2 / FiO2 e complacência estática foram significativamente menores nos não sobreviventes. A PaCO2 foi significativamente maior em não sobreviventes. A PAM e SvO2 foram significativamente menores nos não sobreviventes. A incidência dos níveis de lactato sanguíneo de choque e no momento da coleta de dados foram maiores em não sobreviventes.


Portanto será que a falência ventricular direita (cor pulmonale agudo) tem importância nos pacientes com ARDS.

Será que:

  • O Vt limitado pode ser responsável por diminuir Cor pulmonale agudo?
  • A limitação do platô tem real importância?
  • Qual o papel da PEEP em promover abertura de alvéolos e melhora a resistência vascular pulmonar?
  • A hipercapnia permissiva poderia contribuir para o Cor pulmonale?

Devemos refletir



Até a próxima...



Fernando Acácio Batista

Fisioterapeuta Intensivista do Hospital Sancta Maggiore
Fisioterapia Emergêncista (ERWS)
Co- fundador e Professor da Liga da Fisiointensiva
Professor da Especialização em Fisioterapia Intensiva da Liga da Fisiointensiva
Professor do Aperfeiçoamento teórico da Liga da Fisiointensiva
Professor da Universidade Anhanguera
Professor convidado da Especialização em Cardiorrespiratória da Unicid
Membro da Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva
Especialização em Fisioterapia Respiratória pela ISCMSP
Especialização em Fisioterapia em UTI pelo HFMUSP
Mestre em Terapia Intensiva pelo IBRATI









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