segunda-feira, 30 de outubro de 2023

Síndrome de Robin Hood Reversa em Pacientes com AVC Isquêmico Agudo

Olá, meu nome é Fernando Acácio Batista e eu sou Fisioterapeuta especialista em fisioterapia em terapia intensiva adulto, além disso sou professor de ventilação mecânica tema que adoro e leciono em algumas especializações. Venho aqui deixar disponível para quem tenha interesse meu curso e e-book.

Cursos de atualizações em VM: https://fernandoabatista34.wixsite.com/website
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Sabemos que as alterações hemodinâmicas e neurológicas em pacientes com oclusões arteriais podem e são atribuídas ao fluxo sanguíneo cerebral em locais isquemiados ou não. Assim a monitorização com o doppler transcrâniano foram obtidas em um grupo de pacientes, é a NIHSS em lesões cerebrais agudos de artéria cerebral média. O objetivo era presenciar o fenômeno de roubo de fluxo sanguíneo nessas artérias.

Na imagem notamos uma flutuação espontânea da velocidade com trombólise na isquemia cerebral 3 fluxo residual com oclusão embólica e incompatibilidade difusão-perfusão. Aumento do fluxo no hemisfério não isquêmico esquerdo e diminuição do fluxo direito de MCA indicando vasoplegia na perfusão de CT após Diamox. Nesta situação, o gradiente de pressão sobre as colaterais leptomeníngeas pode diminuir e manifestar-se como uma deterioração do estado neurológico do doente.


Os resultados

Os primeiros 6 pacientes atenderam à TCD e critérios clínicos para a síndrome de roubom onde as diminuições da velocidade do fluxo residual espontânea, transitória e recorrente ocorreram sem alterações na pressão arterial, trombólise na isquemia cerebral com Resistência ao fluxo, ou re-oclusão precoce. Em todos os pacientes, a MFV nos vasos afetados diminuiu em 20% durante períodos entre 10 a 20 segundos e com freqüência variável de 1 a 5 min por até 2 horas. A hipercapnia voluntária produziu uma diminuição transitória do MFV de 10% em 18 a 25 segundos com recuperação gradual mas incompleta do MFV em 30 a 34 segundos. A magnitude de roubo variou de 15% à 43,2%. 

Como parte de rotina, o roubo também foi documentado na perfusão de CT antes e depois, e todos os pacientes tiveram uma incompatibilidade de difusão-perfusão de 20% na ressonância magnética dentro de 4 a 24 horas após o início dos sintomas. Todos os pacientes apresentaram flutuação recorrente de afasia ou hemiparesia de 3 a 6 pontos no mesmo dia em que o TCD mostrou o fenômeno de roubo. Em 3 de 5 pacientes com apnéia do sono, os sintomas neurológicos foram piores ao despertar e melhoraram com o retorno às atividades diárias. Não foram observadas alterações no MFV ou no NIHSS em 3 dos 5 doentes colocados em pressão positiva nas vias aéreas de dois níveis.


Conclusão dos autores: Nosso estudo descritivo sugere a possibilidade de detectar e quantificar o fenômeno de roubo cerebral em tempo real. Se o roubo for confirmado como a causa do agravamento neurológico, a síndrome de Robin Hood reversa pode identificar um grupo alvo para o aumento da pressão arterial e correção ventilatória com uso de ventilação mecânica não invasiva.


Comentário pessoal sobre os resultados: Não é de hoje que perguntamos como esses pacientes neurológicos se comportam, pois ficamos encucados com o resultado do estudo AVERT sobre mobilização em pacientes com AVC. Assim também nos perguntamos como o sistema nervoso central se comporta durante a mobilização ativa, em relação a fluxo sanguíneo e área de penumbra. Mais ainda os resultados que podemos alcançar com a VNI, seja para auxiliar em nossa mobilização, como para reverter insuficiência respiratória nestes grupos de pacientes.

Temos um estudo grande em desenvolvimento para avaliar o efeito do bipap e parece ser algo promissor em relação à não deterioração do estado neurológico destes pacientes conforme já demonstrado em um pequeno ensaio por Georgios Tsivgoulis e colaboradores. Eles concluíram neste estudo a VNI pode ser aplicada com segurança e os pacientes que realizaram esta terapia tenderam a uma menor gravidade na lesão neurológica. Porém a mortalidade foi de 13% no grupo VNI contra 8% no grupo que não utilizou VNI, porém o fator mortalidade não se atribuiu a VNI. 

Assim aguardamos este multicêntrico sobre uso de BIPAP em pacientes com AVCI e melhora do estado neurológico e ainda deixo a pergunta: Como será que se comporta os pacientes durante nossa mobilização precoce? Ela deve ser feita? Ou temos alguns critérios?



Até a próxima.

Fernando Acácio Batista

Professor de Educação Física
Fisioterapeuta Intensivista
Estudante de Nutrição
Gestor do Hospital Sancta Maggiore
Co-fundador e Professor da Liga da Fisiointensiva
Professor da especialização em Fisioterapia Hospitalar da Physiocursos Sorocaba
Professor da Especialização em Fisioterapia em Terapia Intensiva da Inspirar
Especialização em Fisioterapia Respiratória pela ISCMSP
Especialização em Fisioterapia em UTI pelo HFMUSP
Especialista em Fisioterapia em Terapia Intensiva pela ASSSOBRAFIR-COFFITO
Especializado em Fisiologia do Exercício pela UniAmérica
MBA em Gestão da Qualidade e Acreditação Hospitalar pela UniAmérica
Mestre em Terapia Intensiva pelo IBRATI


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