quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

Balão intra aórtico (BIA)


_________________________________________________________________________________






O balão intra aórtico é um dispositivo invasivo utilizado para pacientes cardiopatas que necessitam de um suporte momentâneo a espera de um tratamento definitivo e suas indicações podem ser:

- Para pacientes que necessitem de tratamento cardíaco por angioplastia ou revascularização do miocárdio que não poderáo realizar no momento, assim o BIA serve de ponte;
- Pacientes que evoluem para choque cardiogênico podem fazer uso do suporte, porém suas evidências são baixas para este tipo de abordagem, pois geralmente o choque cardiogênico é decorrente de um infarto agudo do miocárdio. Mas ao raciocinar em casos onde o paciente apresentou um quadro de infarto que o leve a um defeito mecânico importante decorrente de insuficiência valvar ou alterações no septo interventricular o BIA poderá render benefícios ao paciente.
- Outra indicação importante é seu uso como ponte para um transplante cardíaco, desde que o paciente não permaneça por longos períodos de espera.
- Entre outras indicações como por exemplo a dificuldade do desmame da ECMO.

Porém o BIA apresenta contra indicações em alguns casos como:
- Insuficiência aórtica grave;
- Dissecção aórtica; 
- Aneurisma de aorta;
- Sepse não controlada;
- Alterações na coagulação.

O BIA é introduzido através da artéria femoral com seu posicionamento na aorta descendente e a confirmação poderá ser feita com RX de toráx (Ponta do cateter no nível da carina). Se o cateter for bem posicionado e sua sincronia entre o balão e o ciclo cardíaco ocorrer observaremos uma boa resposta hemodinâmica nos pacientes. Seu funcionamento se dá na seguinte forma:
- Ele é insuflado no inicio da diástole;
- Ele é desinsuflado imediatamento antes da sístole.

Assim poderemos obter uma aumento da perfusão coronáriana, aumento do débito cardíaco (discutível), melhora do trabalho cardíaco com sua redução, melhora na pós carga ventricular e assim menor consumo de oxigênio pelo miocárdio, o que é fator determinante neste momento crucial de falência de bom cardíaca que o paciente apresenta.

Outro ponto a ser verificado é seu disparo que poderá ser feito pelo eletrocardiograma ou pela pressão arterial invasiva e alguns cuidados devem ser tomados com seu uso, pois poderão ocorrer complicações como:

- Isquemia periférica;
- Hemorrágias;
- Embolismo
- Avc;
- Ruptura do balão;
- Entre outras.

Portanto sempre devemos avaliar a perfusão dos membros inferiores, verificar as radiografias de toráx, se ocorre ou não melhora do quadro hemodinâmico e exames diários para avaliar plaquetopenia e hemólise.

Assim este post teve como objetivo dar uma noção muito básica sobre o BIA para os colegas Fisioterapeutas, visto que o assunto é muito mais amplo e complexo.

Atá a próxima...




Fernando Acácio Batista

Fisioterapeuta Intensivista do Hospital Sancta Maggiore
Co- fundador e Professor da Liga da Fisiointensiva
Professor da Especialização em Fisioterapia Intensiva da Liga da Fisiointensiva
Especialização em Fisioterapia Respiratória pela ISCMSP
Especialização em Fisioterapia em UTI pelo HFMUSP
Mestrando em Terapia Intensiva pelo IBRATI





Nenhum comentário:

Postagem em destaque

Custos com inspirometro de incentivo

Nesse estudo foi demonstrado que o inspirometro de incentivo apesar de não ter sua eficácia comprovada, ela é amplamente utilizada ainda com...