terça-feira, 9 de julho de 2024

Ards pulmonar X extra pulmonar

Olá pessoal, hoje iremos abordar de forma objetiva as diferenças entre ARDS pulmonar e extra pulmonar. Fica claro que a ARDS ainda é uma condição de grande desafio para todos nós que atuamos diretamente com o cuidado de pacientes críticos e sua mortalidade ainda é alta, mesmo com a adoção das estratégias ventilatórias protetoras. Além disso no Brasil temos por cultura a utilização do recrutamento alveolar, porém nem sempre o paciente apresenta uma boa resposta e isso pode ser acarretado pelo tipo da doença. 

Com isso vamos descrever o que encontramos na ARDS pulmonar, que nada mais é a ARDS primária, ou com acometimento direto no pulmão onde encontraremos: 

• Maiores áreas de consolidação alveolares gerando alterações de difusão;
• Pode apresentar infiltração intersticial e alveolar difusa homogênea, sem evidência de atelectasia; 
• A elastância aparenta ser maior que na ARDS extra pulmonar; 
• Broncogramas aéreos.

Segue uma imagem de um paciente com pneumocistose que possivelmente pelas imagem de tomografia não apresentará uma resposta satisfatória ao recrutamento: 


Já na ARDS extra pulmonar, onde o acometimento é em um órgão a distância, porém por conta da cascata inflamatória e alterações de permeabilidade vascular o tecido pulmonar é invadido e acometido, assim encontraremos: 

• Maiores áreas de vidro fosco; 
• A atelectasia dependente é mais comum; 
• A elastância aparenta ser menor que na ARDS pulmonar; 
• Não apresenta broncograma aéreo.

Segue uma imagem de uma ARDS extra pulmonar com a presença de baby lung:



Assim percebemos que na ARDS pulmonar o pulmão apresenta mais consolidações do que atelectasias, o que pode comprometer a resposta ao recrutamento alveolar, já a ARDS extra pulmonar apresenta atelectasia dependente, que nos remete ao famoso baby lung, nos dando informações de que a resposta ao recrutamento poderá ser mais efetiva.


Portanto é extremamente importante uma avaliação individualizada e traçar um plano terapêutico individualizado, onde será necessário refletir qual estratégia abordar: Open Lung, ARDSnet, LOV, Express e assim por diante. Sempre lembrar que nem tudo pode ser usado por todos, assim protocolos, estratégias existem para uma melhor avaliação a beira leito para as necessidades reais dos pacientes.



Espero ter ajudado e não deixem de comentar no blog

Até a próxima...



Fernando Acácio Batista
Educador Físico e Fisioterapeuta
Gestor do Hospital Sancta Maggiore
Co-fundador e Professor da Liga da Fisiointensiva
Especializado em Fisioterapia Respiratória pela ISCMSP
Especializado em Fisioterapia em UTI pelo HCFMUSP
Mestre em Terapia Intensiva pelo IBRATI
Especialista em Fisioterapia em Terapia Intensiva Adulto pela Assobrafir/Coffito




Nenhum comentário:

Postagem em destaque

Meu Paciente está com uma infecção multirresistente e agora

https://fernandoabatista34.wixsite.com/website _________________________________________________________________________________ ...