terça-feira, 9 de julho de 2024

O paciente idoso critico


Neste post vamos abordar de forma simples algumas alterações encontradas em idosos.

O envelhecimento é um processo que poderá levar o paciente a desenvolver uma fragilidade maior, principalmente quando apresentar internação hospitalares decorrente de suas doenças crônicas. Geralmente o tempo de internação se torna maior e o risco de morbidade e mortalidade são mais expressivos, com forte relação de suas alterações fisiológicas que este grupo de pacientes apresentam.

E quais são as alterações fisiológicas do idoso?

Sistema cardiovascular

  • Fibrose miocárdica;
  • Endurecimento da parede ventricular com disfunção diastólica;
  • Hipertensão sistólica;
  • Distúrbios de condutâncias;
  • Pressão de pulso alargada;
  • Capacidade autonômica diminuída;
  • Permeabilidade capilar aumentada;
  • Risco de hipotensão;
Sistema Respiratório
  • Perda da função pulmonar progressiva;
  • Riscos de broncoaspirações;
  • Importante diminuição da sensibilidade do centro respiratório com alterações na resposta a hipercapnia e hipoxêmia;
  • Risco aumentado de IRpA;
  • Perda de superfície de troca gasosa;
  • Diminuição no consumo de oxigênio;
  • Aumento da complacência pulmonar por perda de recolhimento elástico;
  • Perda da complacência da parede torácica;
  • Diminuição da CVF e FEV1;
  • Diminuição da resposta protetora de vias aéreas;
  • Queda na pressão arterial de oxigênio;
Sistema renal
  • Massa renal e glomérulos diminuem progressivamente;
  • Diminuição da taxa de filtração glomerular;
  • Deterioração da função tubular;
  • Diminuição na capacidade de depuração de drogas;
  • Fica mais susceptível a anormalidades hipovolêmicas;
Sistema Hepático
  • A função celular fica preservada;
  • O fluxo sanguíneo ao longo do tempo diminui;
  • Diminuição da capacidade de depuração de drogas;
Sistema nervoso central
  • Diminuição na massa encefálica;
  • Diminuição na densidade neuronal;
  • Diminuição da síntese de dopamina;
  • Diminuição na síntese de noradrenalina;
  • Diminuição das ondas lentas do sono, assim tem dificuldades em adormecer;
  • Diminuição na resposta simática e parassimpática;
  • Limiar da dor poderá ser aumentada;
Sistema de termorregulação
  • Aumento do risco de hipotermia;
  • Vasocontrição poderá aumentar drasticamente e levar a aumento no trabalho do miocárdio e demanda de oxigênio;
Sistema endócrino
  • Maior tendência a hiperglicemias;
  • Risco maior de diabetes;
  • Redução do metabolismo basal;
Sistema nutricional
  • Risco de super alimentação quando na UTI;
  • Apresentam dietas muito pobres normalmente;
Entre outras...

Portanto nossos idosos apresentam risco maiores de complicações perante doenças que irão aparecer no curso de sua idade, e com isso a necessidade de tratamento individualizado e uma atenção especial.

Em um estudo de coorte em 2015 foi verificado por exemplo que a comunicação entre Médicos e famílias eram deficientes, onde a maioria delas queriam que o tratamento ao idoso maior de 80 anos tivesse como objetivo o conforto e o mínimo sofrimento, sendo este o valor mais importante para eles neste momento, e apenas 57,3% dos familiares disseram que ocorreram uma boa comunicação com a equipe Médica sobre o suporte de atendimento.

Sabemos que a chance no aumento da mortalidade existe neste grupo de pacientes muito idosos e é de extrema importância à comunicação com os familiares para a tomada de decisões terapêuticas, relataras possibilidades que poderão ser obtidas e também o momento mais duro que é o recebimento da informação das falhas terapêuticas. Devemos lembrar que nossa função é promover a melhora dos nossos pacientes, mas também é importante o conforto e diminuição do sofrimento decorrente de algumas condutas




Até a próxima...




Fernando Acácio Batista

Fisioterapeuta Intensivista do Hospital Sancta Maggiore
Fisioterapia Emergêncista (ERWS)
Co- fundador e Professor da Liga da Fisiointensiva
Professor da Especialização em Fisioterapia Intensiva da Liga da Fisiointensiva
Professor do Aperfeiçoamento teórico da Liga da Fisiointensiva
Professor da Universidade Anhanguera
Professor convidado da Especialização em Cardiorrespiratória da Unicid
Membro da Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva
Especialização em Fisioterapia Respiratória pela ISCMSP
Especialização em Fisioterapia em UTI pelo HFMUSP
Mestre em Terapia Intensiva pelo IBRATI




























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