quarta-feira, 26 de outubro de 2022

Série Assincronia ventilatória - Assincronia de Fase 3


Hoje vamos discutir a assincronia de fase 3 ou a assincronia de ciclagem.

A ciclagem é a passagem da fase inspiratória para a fase expiratória, sendo difereniada em cada modalidade ventilatória, por isso precisamos ter um bom conhecimento dos princípios básicos= da ventilkação mecânica. 

A ciclagem poderá ser por tempo, volume, fluxo e pressão.

Ciclagem a tempo: Ela ocorre após determinarmos um TI pelo aparelho, como por exemplo na modalidade PCV onde ao determinarmos o TI de 1,00 segundo em um janela de tempo de 5 segundos. Ficaremos então com TE de 4 segundos.

Ciclagem a volume: Ocorre quando o volume pré-determinado pela operador for entregue ao paciente e é característico da modalidade VCV.

Ciclagem a fluxo: A ciclagem a fluxo ocorrerá quando atingirmos determinada porcentagem de fluxo inspiratório, assim ocorrendo a abertura da válvula expiratória do ventilador e é muito comum na modalidade PSV.

Ciclagem a pressão: Ela ocorre quando a pressão máxima programa no VM for entregue ao paciente. Este tipo de ciclagem é encontrado em VM´s antigos como o BIRD MARK 7, onde o TI dependera da Fr programa e da pressão inspiratória.

Outro ponto importante que precisamos saber é que quando o paciente está em VM precisamos sincronizar o TI do VM com o TI neural do paciente para evitarmos as assincronias de ciclagem.



Nesta imagem podemos notar que o paciente está ventilando em PSV e temos três porcentagens de ciclagem diferentes. Podemos notar que a ciclagem a 25% se encontra maior que o TI do paciente, com isso podemos vizualizar uma depressão na curva fluxo tempo, pois o paciente quer expirar e a máquina ainda está na fase inspiratória. Notamos que na pressão esofágica a contração inspiratória do diafragma termina e o VM ainda mantém a entrega de ar na fase inspiratória (TI máquina > TI neural). Ao colocarmos a cicalgem a 35% ainda notamos alterações na curva que só é corrigida com 45% de ciclagem. 




Nesta outra imagem notamos na primeira seta que o VM já ciclou, ou seja, já entrou na fase expiratória e o paciente ainda está tendo contração diafragmática. Neste caso o TI máquina é menor que o TI do paciente, então vizualizamos uma contração na fase expiratória da curva fluxo-tempo.




Nesta outra imagem notamos uma ciclagem precoce da VM, onde o TI do VM é curto em relação a o TI neural do paciente. Qando o VM está na fase expiratória e o paciente ainda está realizando contração diafragmática, notamos um outro disparo. Chamamos isto de duplo disparo que ocorre devido o TI da máquina estar menor que o do paciente. Para corrigir basta adequar o Ti do VM.

Temos também o disparo reverso que alguns chamam também de duplo disparo, porém o disparo reverso tem característica de o primeiro ciclo ser disparado a tempo e logo em seguida um disparo do paciente, que ocorre por uma estimulação vagal por estiramento pulmonar.



Assim terminamos a assincronia de fase 3


Até a próxima.




Fernando Acácio Batista

Fisioterapeuta Intensivista do Hospital Sancta Maggiore
Co- fundador e Professor da Liga da Fisiointensiva
Professor da Especialização em Fisioterapia Intensiva da Liga da Fisiointensiva
Especialização em Fisioterapia Respiratória pela ISCMSP
Especialização em Fisioterapia em UTI pelo HFMUSP
Mestre em Terapia Intensiva pelo IBRATI

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