domingo, 13 de janeiro de 2019

Atuação do Fisioterapeuta na PCR

O tema parada cardiorrespiratória (PCR) sempre foi motivo de discussões para os Fisioterapeutas, visto que temos o suporte básico de vida (BLS) e o suporte avançado de vida (ACLS).

O BLS poderá ser realizado por qualquer pessoa, seja ela da área da saúde ou leiga, pois o mesmo não envolve a administração de medicamentos e nem a necessidade de implantar uma prótese ventilatória. 

Já o ACLS envolve a administração de medicamento e o uso de prótese ventilatória, competindo ao profissional Médico estas denominações, juntos com a equipe da enfermagem. Massssss o Fisioterapeuta poderá realizar o ACLS.

E onde entra o Fisioterapeuta nessa jogada?

O Fisioterapeuta na teoria é o profissional que irá cuidar da ventilação manual com suporte de oxigênio com o dispositivo conhecido como ambu, porém essa conduta é simplória e poderia ser realizada por qualquer outro profissional no momento da PCR.

Sim, ela poderia e por isso ocorrem as discussões sobre esse tema

Quando estamos dentro de um ambiente hospitalar se torna  complicado dizer que não iremos ajudar em uma PCR, porém visto que apenas realizamos ventilações, talvez esse tempo despendido para está intercorrência nos faça perder preciosos minutos com algum paciente que poderia estar sendo mobilizado. Mas aí vem a questão de que o paciente em PCR ao voltar muitas vezes estará intubado e necessitará de ventilação mecânica, e o profissional Fisioterapeuta conduz este aparelho nos dias de hoje. Vale citar que é complicado um profissional que faz parte de um equipe de UTI e que muitas vezes está presente 24 horas no setor, ver uma PCR e não auxiliar a equipe.

Portanto a discussão é ampla e sempre teremos os dois lados da moeda.


Durante o procedimento de manobras de ressuscitação cardio-pulmonar (MRCP) termos algumas condutas:
  • Iniciamos com o BLS (30:2);
  • Ao identificar o ritmo o Médico tomará sua conduta (Medicamentosa ou choque se necessário);
  • Se ocorrer a intubação oro-traqueal, deveremos insuflar o cuff, fixar a cânula e manter as ventilações (8 - 10 por minuto);
  • Se o paciente voltar da PCR precisaremos conectar na VM e ajustar os parâmetros iniciais;
  • Após conectar a VM devemos nos atentar a hiperóxia, hipóxia e os níveis de PaCO2, pois não sabemos o nível de lesão neurológica e precisamos evitar as lesões por reperfusão e níveis elevados ou baixos de CO2 com o mecanismo de fluxo cerebral;
Podemos perceber que na PCR foram realizados várias condutas que poderiam ser compartilhadas e aí que a discussão fica mais quente, pois será que nossa participação irá trazer alguns beneficio a mais para este paciente, ou é apenas uma questão psicológica da equipe?

Não temos resposta, mas o que sabemos é que o Fisioterapeuta poderá participar do curso de ACLS segundo informações da AHA, que é o orgão que ministra esse curso.




Até a próxima...





Fernando Acácio Batista

Supervisor de Fisioterapia do Hospital Sancta Maggiore
Co- fundador e Professor da Liga da Fisiointensiva
Professor da Especialização em Fisioterapia Intensiva da Liga da Fisiointensiva
Professor da Especialização em Fisioterapia Intensiva da Inspirar
Professor da Especialização em Fisioterapia Intensiva da Physiocursos Sorocaba
Especialização em Fisioterapia Respiratória pela ISCMSP
Especialização em Fisioterapia em UTI pelo HFMUSP
Especialista em Fisioterapia em UTI Adulto pela ASSOBRAFIR - COFFITO
Especialista em Fisiologia do Exercício pela UniAmérica
MBA em Gestão da Qualidade e Acreditação Hospitalar pela UniAmérica
Mestre em Terapia Intensiva pelo IBRATI


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