domingo, 29 de setembro de 2024

Ponto de igual pressão (PIP)


Hoje o assunto é sobre o ponto de igual pressão (PIP), que é intrigante e geralmente está presente em pacientes DPOC´s que apresentam alterações no PIP e assim colabamento dinâmico dos bronquíolos acarretando o fenômeno de PEEPi

Notamos na imagem ao lado um corte de um brônquio onde observamos seu espaço interno e quando analisamos sua parte externa, notamos uma perda de tração radial que implicará em deficiência na manutenção de sua luz, levando a um colabamento dinâmico dos pequenos bronquíolos. Assim o PIP deve estar igual entre toda a via aérea. Neste caso pela perda da tração radial nos pacientes DPOC´s o PIP se aproxima mais dos alvéolos e com isso a PEEPi ocorre e a hiperinsuflação pulmonar será presente neste grupo de pacientes. Alguns estudos tentam reproduzir uma forma de melhorarmos estes deslocamento do PIP e o tornarmos mais homogêneo, assim com o uso da PEEP externa poderemos melhorar este acontecimento.


Em pacientes em ventilação invasiva sempre buscamos o uso de uma PEEP adequada para gerar a desinsuflação pulmonar ou melhor diminuir a hiperinsuflação. Podemos por exemplo quando o paciente estiver ventilando na modalidade PCV utilizar uma PEEP que leve ao maior volume corrente exalado e quando em VCV uma PEEP para um platô menor, assim caracterizando a melhora da hiperinsuflação pulmonar.


Nesta imagem podemos notar uma compressão dinâmica das vias aéreas levando a retenção de ar alveolar acima do normal. Onde notamos que não existe adequado PIP por toda a via aérea, onde a pressão alveolar é muito maior. Isso pode ocorrer em uma expiração forçada por exemplo ou durante a ventilação mecânica não invasiva e invasiva. Assim precisamos através de uma PEEP externa melhorar e deslocar esse PIP para os bronquíolos, levando um um ponto de igual pressão por toda a via aérea e alvéolo.


Portanto ao utilizarmos a PEEP de forma adequada no paciente com DPOC, poderemos deslocar ponto de igual pressão por toda a via aérea melhorando a hiperinsuflação pulmonar, levando ao um maior volume corrente exalado, aumento do volume minuto, melhora da complacência deste paciente e assim utilizarmos menores deltas de pressão quando em ventilação mecânica, além de melhorar a oxigenação e ventilação do paciente.

E ainda se nosso paciente estiver com drive ventilatório presente, não podemos deixar de lembrar que à adequação do PIP proporcionará ao paciente  reduzir seu trabalho respiratório...



Até a próxima




Fernando Acácio Batista

Fisioterapeuta Intensivista do Hospital Sancta Maggiore
Fisioterapia Emergêncista (ERWS)
Co- fundador e Professor da Liga da Fisiointensiva
Professor da Especialização em Fisioterapia Intensiva da Liga da Fisiointensiva
Professor do Aperfeiçoamento teórico da Liga da Fisiointensiva
Professor da Universidade Anhanguera - Belém
Membro da Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva
Especialização em Fisioterapia Respiratória pela ISCMSP
Especialização em Fisioterapia em UTI pelo HFMUSP
Mestre em Terapia Intensiva pelo IBRATI




Nenhum comentário:

Postagem em destaque

Meu Paciente está com uma infecção multirresistente e agora

https://fernandoabatista34.wixsite.com/website _________________________________________________________________________________ ...