sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

Redução de custos e economia na Fisioterapia Hospitalar

Redução de custos e economia na Fisioterapia Hospitalar




O atendimento precoce da Fisioterapia em pacientes graves vem com a sugestão de que essa abordagem poderá reduzir custos hospitalares, pois estaríamos otimizando a mobilidade dos pacientes e com isso reduzindo tempo de VM e internção hospitalar. Para isso necessitamos de protocolos bem guiados e um equipe bem treinada para que todo o fluxo funcione corretamente e não ocorra retrabalhos.

Um exemplo foi esse estudo (DOI:10.1183/13993003.congress-2016.OA4815) controlado que foi realizado após a implantação de um programa de Fisioterapia em um PS Clínico. Dentro dos protocolos foram avaliados taxas de sucesso da VNI e desmame da VM; destino após alta do pronto-socorro e custos hospitalares totais. Os custos foram calculados somando-se os salários dos fisioterapeutas, os aparelhos e os gastos hospitalares totais (PS, UTI e andar).

Os casos foram 972 pacientes admitidos 6 meses após a implementação de um programa especializado de fisioterapia. Os controles são 897 pacientes internados 6 meses antes. Após a implementação, os pacientes receberam 1.248 intervenções EM, com 0,4% de eventos de segurança menores observados. Dos 109 pacientes que necessitaram de VNI, 74% progrediram com sucesso. Após a implementação de um protocolo de desmame, 32 pacientes com mais de 36 anos foram extubados com sucesso. A diferença nos custos totais pré e pós-intervenção foi de US$ 1.346.403,14. O custo anual do programa foi de US$ 130.434,78. A economia anual líquida de custos foi de US$ 1.215.968,36 (US$ 675,53 por paciente).

É claro que não é tão simples assim, mas quando o setor de Fisioterapia tem acesso aos gastos e aos lucros dos seus atendimentos, fica mais claro como realizar essa abordagem. A conta gira em torno dos gastos com o s salários dos Fisioterapeutas + gastos com materiais utilizados e faturados + redução de custos com tempo de VM + tempo de internação, pois cada dia na VM e na UTI tem um custo padrão nos hospitais + os valores recebidos pelas terapias. Aí você vai enquadrar seu serviço de acordo com a caracteristicas dele.

- O Hospital é vertical e atende apenas seu próprio convênio? Se sim, você vai focar na redução do tempo de estádia no hospital, saída mais funcional e redução na reinternação;
- O Hospital atende e cobra de várias convênios? Nesse caso você precisará ter acesso as valores pagos pelos códigos, além de focar no giro do leito e quantidade de atendimento. Nesse caso dá um pouco mais de trabalho.
- O Hospital recebe apenas pacotes pelo SUS? Esse caso é mais delicado e mais dificil de calcular, pois dentro do pacote existem vários procedimentos e toda a equipe precisa reduzir ao máximo o tempo de estádia do paciente no hospital para otimizar esse valor recebido.

Simples não é, mas é possível.

Fernando Acácio Batista 
Gestor do Hospital Sancta Maggiore 
 Co- fundador da Liga da Fisiointensiva 
 Professor da Especialização em Fisioterapia Intensiva da Physiocursos Sorocaba
Profº da Especialização em Fisioterapia Intensiva da Inspirar Borba Gato, Bauru, Sorocaba e Campinas.
Título de Especialista em Fisioterapia em Terapia Intensiva Adulto pelo COFFITO / ASSOBRAFIR Especialização em Fisioterapia Respiratória pela ISCMSP 
 Especialização em Fisioterapia em UTI pelo HFMUSP 
 Especialista em Fisiologia do Exercício pela UniAmérica 
MBA em Gestão da Qualidade e Acreditação 
Hospitalar pela UniAmérica 
Lean Six Sigma 
Método Kaisen 
Mestre em Terapia Intensiva pelo IBRATI
http://lattes.cnpq.br/3951715682086759

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